Google cancela participação na Web Summit após declarações de Cosgrave sobre Israel

A gigante tecnológica segue os passos da Intel e da Siemens, empresas que optaram por não estar na Web Summit de Lisboa, agendada para novembro, devido às declarações de Paddy Cosgrave sobre Israel.
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A Google anunciou esta sexta-feira que não vai participar na Web Summit de Lisboa, marcada para novembro, depois das declarações de Paddy Cosgrave sobre Israel.

A Alphabet, dona da Google segue assim a Intel e a Siemens, empresas que decidiram cancelar a presença na cimeira tecnológica de Lisboa, após o comentário do fundador e CEO da Web Summit sobre a reação de Israel aos ataques de 7 de outubro levados a cabo pelo grupos extremista palestiniano Hamas.

Também a Meta, dona do Facebook e do WhatsApp, anunciou neste dia que não vem ao encontro.

A informação foi avançada pela Bloomberg, dando conta que os "porta-vozes da Google e da Meta confirmaram esta sexta-feira que as empresas não participariam na conferência, marcada para novembro, em Lisboa". A Google surgia como parceiro da Web Summit, adianta a agência ​​​​​de notícias.

Na quinta-feira, a Siemens e a Intel anunciaram que não iriam estar presentes na cimeira que reúne o mundo tecnológico na capital portuguesa. Já antes vários fundos de capitais e tecnológicas decidiram retirar-se do evento deste ano.

A Bloomberg adianta ainda que um porta-voz da Stripe, "patrocinadora de longa data do Web Summit, também confirmou que o diretor de produto, Will Gaybrick, e o diretor de marketing, Jeff Titterton", já não iriam participar na cimeira tecnológica.

Em causa estão as declarações do fundador e CEO da Web Summit, que criticou a reação de Israel aos ataques do Hamas, assim como o apoio ocidental a Telavive.

Na rede social X (antigo Twitter), Cosgrave escreveu que "crimes de guerra são crimes de guerra, mesmo quando cometidos por aliados, e devem ser denunciados pelo que são". Mostrou-se ainda "chocado com a retórica e as ações de tantos líderes e governos ocidentais, com exceção em particular do governo da Irlanda".

Paddy Cosgrave acabaria por pedir desculpas, já depois de o embaixador de Israel em Portugal, Dor Shapira, ter anunciado que comunicou ao presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, que o seu país não iria participar na conferência de Web Summit.

O diplomata israelita classificou as declarações de Cosgrave como sendo "ultrajantes".

"Mesmo nestes tempos difíceis, ele é incapaz de pôr de lado as suas opiniões políticas extremistas e de denunciar as actividades terroristas do Hamas contra pessoas inocentes. Dezenas de empresas já cancelaram a sua participação nesta conferência, e encorajamos outras a fazê-lo. Devemos ter tolerância zero em relação aos actos terroristas e de terror!", escreveu o embaixador de Israel em Portugal nas redes sociais.

Perante a polémica e a onda de indignação que as suas declarações provocaram, o fundador e CEO da Web Summit emitiu um comunicado a pedir desculpas. "Compreendo que o que disse, o momento em que disse e a forma como foi apresentado causou profunda dor a muitos. Para qualquer pessoa que ficou magoada com minhas palavras, peço desculpas profundamente", escreveu no blog da Web Summit.

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