Golpe militar de 1964 foi "marco histórico", diz governo Bolsonaro

Ato originou ditadura de 21 anos no Brasil, com ausência de eleições, censura, uso de tortura e provas de desaparecimento e assassinato de opositores ao regime

O ministério da Defesa do Brasil publicou uma "ordem do dia", nesta quarta-feira, 30 de março, a referir-se ao golpe militar de 31 de março de 1964, à beira de completar 58 anos, como "marco histórico da evolução política brasileira, pois refletiu os anseios e as aspirações da população da época".

"Analisar e compreender um facto ocorrido há mais de meio século, com isenção e honestidade de propósito, requer o aprofundamento sobre o que a sociedade vivenciava naquele momento. A história não pode ser reescrita, em mero ato de revisionismo, sem a devida contextualização", diz a nota, assinada pelo general Braga Netto, atual ministro da defesa e provável candidato a vice-presidente de Jair Bolsonaro nas eleições de outubro.

O texto mereceu repúdio de deputados do Partido dos Trabalhadores (PT), de Lula da Silva, outro dos candidatos ao Palácio do Planalto. "Ódio e nojo à Ditadura! Para que não se esqueça, para que nunca mais aconteça. Estão contados os dias de um fascista na presidência que exalta torturadores e a ditadura. Não vão reescrever a história. 1964 não foi "revolução", foi um golpe vil e covarde!", escreveu a parlamentar Erika Kokay.

"Há exatos 58 anos, o Brasil tornava-se uma vergonhosa ditadura. O GOLPE de 1964 matou, torturou e perseguiu pessoas cujo único crime era não aceitar viver sem liberdade. Aos heróis e heroínas que lutaram contra àquela violência, minha homenagem e agradecimento", completou Bohn Gass, também deputado do PT.

Para a filósofa Márcia Tiburi, "hoje é dia de rememorar o Golpe de 1964 (que aconteceu em Primeiro de Abril) dando início a um longo período de ditadura militar que gostaríamos que tivesse terminado em 1985". Para ela, "infelizmente, a ditadura deixou seus frutos podres. Um deles no mais alto cargo do Brasil".

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