O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse este sábado, 4 de outubro, que espera anunciar a libertação dos reféns mantidos em Gaza "nos próximos dias", acrescentando que "o Hamas será desarmado... seja diplomaticamente, através do plano de Trump, ou militarmente, por nós". As declarações estão a ser citadas pelo jornal britânico The Guardian.O primeiro-ministro israelita afirmou ainda que ordenou aos negociadores que estão no Egito que "finalizassem os detalhes técnicos" do plano dos EUA, enquanto o Cairo confirmou que receberia também uma delegação do Hamas para conversações sobre "as condições no terreno e os detalhes da troca de todos os detidos israelitas e prisioneiros palestinianos".O Hamas concordou com partes da proposta de 20 pontos da administração Trump, incluindo o fim da guerra, a retirada de Israel e a libertação de reféns israelitas e prisioneiros palestinianos.Mas o grupo palestiniano deixou algumas questões sujeitas a novas negociações, bem como questões sem resposta, como se estaria disposto a desarmar-se, uma exigência fundamental de Israel.Donald Trump, que tem fornecido significativas quantidades de armas exército israelita, o que tem contribuído para a manutenção do conflito, afirmou por seu lado que "não toleraria atrasos" por parte do Hamas para finalizar o acordo. Supondo que ambos os lados concordem com uma lista detalhada de condições, o fim dos combates será acompanhado pela libertação de todos os reféns israelitas, mortos e vivos, "dentro de 72 horas" após a aceitação pública, por parte de Israel, deste compromisso. Em troca da libertação dos reféns, Israel libertaria 250 palestinianos que atualmente cumprem penas de prisão perpétua e 1.700 palestinianos em Gaza detidos desde o início do conflito, a 7 de outubro de 2023, após o ataque mortal do Hamas a Israel. Por cada refém israelita cujos restos mortais forem libertados, Israel libertará os restos mortais de 15 palestinianos falecidos.O plano não exige a retirada total de Israel antes da libertação dos reféns. Em alternativa, Israel recuaria para um região previamente acordada, dentro de Gaza, para prepararem a libertação dos reféns. Assim que todos os reféns forem libertados, será concedida amnistia aos membros do Hamas que concordarem com a coexistência pacífica e com o desmantelamento das suas armas.Aqueles que desejarem deixar Gaza terão passagem segura para países que concordaram em recebê-los.O plano de 20 pontos prevê Gaza como "uma zona desradicalizada e livre de terrorismo, que não representa uma ameaça para os seus vizinhos". Fundamentalmente, Israel não ocupará nem anexará o território, que albergava 21 colonatos israelitas antes da retirada dos seus habitantes em 2005. O plano promete também que ninguém será forçado a abandonar Gaza e que todos os que desejarem sair poderão fazê-lo livremente e serão autorizados a regressar.O Hamas não terá qualquer papel, "direta ou indiretamente", na futura governação do território, diz ainda o mesmo plano.