A França acusou a Rússia de executar uma medida intimidatória inaceitável ao ter fixado um avião francês num radar de controlo de fogo de um sistema de defesa terra-ar quando sobrevoava o Mar Báltico.O avião "Atlantique-2" da marinha, que efetuava um voo de vigilância no âmbito da operação da NATO em resposta aos danos em cabos submarinos, de que a Rússia é suspeita, foi vítima de uma "tentativa de interferência", disse o exército francês.O avião foi também alvo de uma "identificação por um radar de controlo de fogo", segundo o exército, citado pela agência francesa AFP.O aparelho foi "alvo de medidas de intimidação russas", disse o ministro da Defesa francês, Sébastien Lecornu, numa declaração nas redes sociais.Segundo Lecornu, o avião "estava a patrulhar o espaço aéreo internacional sobre o Mar Báltico, e foi iluminado pelo radar de controlo de fogo de um sistema de defesa terra-ar S400"."Esta ação agressiva da Rússia não é aceitável", afirmou.Lecornu acrescentou que as forças armadas francesas e aliadas continuarão a atuar "para defender a liberdade de navegação nos espaços aéreos e marítimos internacionais".O comandante das forças da NATO na Europa, o general norte-americano Christopher Cavoli, disse na quinta-feira que este tipo de incidente é "bastante grave" e muito frequente."Ultrapassa largamente as fronteiras da Europa", afirmou então, durante uma conferência de imprensa em Bruxelas, sede da NATO, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, anunciou na terça-feira o lançamento da operação "Baltic Sentry" para proteger os cabos submarinos na região do Mar Báltico.Rutte disse na altura que mais de 95% do tráfego da Internet está protegido por cabos submarinos, e 1,3 milhões de quilómetros de cabos garantem cerca de 10 biliões de dólares (9,7 biliões de euros, ao câmbio atual) em transações financeiras todos os dias.Os países ocidentais suspeitam que a Rússia usa navios da uma "frota fantasma" para boicotar cabos submarinos e gasodutos.A "frota fantasma" foi criada pela Rússia para contornar as sanções que lhe foram impostas por ter invadido a Ucrânia, bem como normas de segurança ou ambientais e evitar o custo dos seguros.