Alberto Núñez Feijóo no Congresso que decorreu em Madrid.
Alberto Núñez Feijóo no Congresso que decorreu em Madrid.EPA/JAVIER LIZON

Feijóo descarta "cordão sanitário" ao Vox se for governo em Espanha

Líder do PP espanhol foi reeleito no Congresso deste fim de semana, que decorreu em plena crise dos socialistas do primeiro-ministro Pedro Sánchez.
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O líder do Partido Popular (PP) espanhol, Alberto Núñez Feijóo, disse este domingo que não colocará cordões sanitários à extrema-direita do Vox se liderar o país, admitindo que é impossível pactuar com o “sanchismo”, mas não fechando a porta a “consensos” em determinados temas com os socialistas no futuro.

“Que governo haverá depois das próximas eleições? Só há duas opções: ou [Pedro] Sánchez ou eu. Não há outra. Ou Sánchez ou nós. E eu quero governar sozinho? Sim, quero governar sozinho. O único governo de coligação que tivemos até agora não funcionou”, afirmou no encerramento do Congresso do PP, que decorreu em Madrid e onde foi reeleito líder sem oposição.

“Vamos impor um cordão sanitário ao Vox, como a esquerda nos está a pedir? Não, porque é a terceira maior força política deste país. Os seus eleitores merecem respeito, e não estou disposto a encurralá-los”, acrescentou no discurso.

"Vamos estabelecer um cordão sanitário em torno do PSOE, como pede o Vox? É impossível chegar a um acordo com este PSOE, e é impossível chegar a um acordo com o sanchismo, sei-o por experiência própria. Isto não significa desistir para sempre de que este país recupere o consenso nas questões que o exigem", acrescentou.

Alberto Núñez Feijóo no Congresso que decorreu em Madrid.
“O PP devia ter deixado de apontar os defeitos de Sánchez e posto o foco na construção de uma alternativa”

Feijóo convocou o congresso a 12 de maio, com o argumento de que o governo de Sánchez está já “em contagem decrescente” e que era necessário “reativar” o PP e preparar o partido para eleições.

O congresso acabou por coincidir com a maior crise que vive o atual Governo, por causa de suspeitas de corrupção que envolvem antigos dirigentes do PSOE e um ex-ministro de Sánchez.

O líder do PP garantiu que para o partido que lidera só há um cordão sanitário, o Bildu, da esquerda independentista do País Basco, que integra antigos membros do grupo terrorista ETA. Feijóo afirmou que só se sentará a uma mesa de negociação quando o partido pedir desculpa às vítimas e ajudar a esclarecer os atentados e mortes do grupo terrorista.

No final do congresso, o presidente do PP espanhol alertou que apesar da crise que vive o Governo e o PSOE, a chegada do PP ao poder “não vai ser um passeio” e pediu cautela com “o excesso de confiança”.

As próximas legislativas em Espanha estão previstas para 2027.

Alberto Núñez Feijóo foi eleito líder do PP pela primeira vez em 2022 e venceu as últimas legislativas nacionais, em julho de 2023, mas não chegou a primeiro-ministro por não ter conseguido reunir uma maioria absoluta no parlamento que aprovasse a sua eleição para o cargo.

Desde que Feijóo está à frente do PP, o partido venceu também as eleições autonómicas e municipais de maio de 2023, as europeias de 2024 e as regionais na Galiza do ano passado.

Além de ser o maior partido no parlamento de Espanha, o PP está à frente dos governos autonómicos de 13 das 19 regiões e cidades autónomas do país.

Com Lusa

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