O número de mortos em Myanmar na sequência do sismo de 7,7 de magnitude registado na sexta-feira, 28 de março, já ultrapassada os 2700, segundo avançou esta terça-feira o líder militar de Myanmar, Min Aung Hlaing, num discurso televisivo. Segundo ele, 4.521 pessoas ficaram feridas e 441 estão desaparecidas. Além disso, alertam associações de apoio, falta comida, água e abrigo."Nas áreas mais afetadas... as comunidades lutam para satisfazer as suas necessidades básicas, como o acesso a água potável e saneamento, enquanto as equipas de emergência trabalham incansavelmente para localizar sobreviventes e prestar ajuda vital”, afirmou o Gabinete das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, segundo a agência Reuters. O Comité Internacional de Resgate disse que eram necessários abrigos, comida, água e ajuda médica em locais como Mandalay, perto do epicentro do sismo. “Depois de terem vivido o terror do terramoto, as pessoas temem agora os tremores secundários e estão a dormir ao relento, nas estradas ou em campos abertos”, disse um funcionário do IRC em Mandalay num relatório.A guerra civil em Myanmar, onde a junta tomou o poder num golpe militar em 2021, complicou os esforços para chegar aos feridos e desalojados pelo maior terramoto do país do Sudeste Asiático num século. A Amnistia Internacional defendeu que a junta tem de permitir que a ajuda chegue a zonas do país que não estavam sob o seu controlo. “O exército de Myanmar tem uma prática de longa data de negar ajuda a áreas onde os grupos que lhe resistem estão ativos”, disse o investigador da Amnistia, Joe Freeman, citado pela Reuters. “Deve permitir imediatamente o acesso irrestrito a todas as organizações humanitárias e remover as barreiras administrativas que atrasam as avaliações das necessidades.” O controlo apertado da junta sobre as redes de comunicação e os danos nas estradas, pontes e outras infraestruturas causados pelos sismos intensificaram os desafios para os trabalhadores humanitários.Grupos rebeldes dizem que a junta realizou ataques aéreos após o terramoto.Na vizinha Tailândia, as equipas de resgate continuaram a procurar vida nos escombros de um arranha-céus que colapsou na capital Banguecoque, mas admitiram que o tempo estava contra eles. Treze mortes foram confirmadas no local da obra, e há ainda 74 pessoas desaparecidas. “Esperamos que, por algum milagre, um ou dois ainda estejam vivos”, disse o líder voluntário de resgate Bin Bunluerit no local da construção. A vice-governadora de Banguecoque, Tavida Kamolvej, avançou que seis figuras com forma humana foram detetadas pelos scanners, mas que não havia movimento nem sinais vitais. Os especialistas estão agora a trabalhar numa forma segura de chegar até eles.O número nacional de mortos no sismo na Tailândia é de 20.