EUA reivindicam novo ataque no Pacífico que matou quatro “narcoterroristas”

EUA reivindicam novo ataque no Pacífico que matou quatro “narcoterroristas”

Secretário norte-americano da Guerra especificou que o ataque foi realizado "em águas internacionais". Venezuela anuncia ter intercetado três aviões de narcotráfico.
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Os Estados unidos realizaram mais um ataque contra um navio associado ao tráfico de droga no oceano Pacífico, que causou a morte de "quatro narcoterroristas", indicou na quarta-feira o secretário da Guerra, Pete Hegseth.

"Este navio era conhecido pelos nossos serviços de informações por estar envolvido no tráfico ilícito de estupefacientes", garantiu Hegseth numa publicação na rede social X.

O responsável pelo Pentágono especificou ainda, como tem feito após cada uma destas operações, que o ataque foi realizado "em águas internacionais".

Desde o início de setembro, os EUA têm conduzido ataques aéreos contra embarcações suspeitas de terem ligações com cartéis de droga, sobretudo nas Caraíbas, mas também no Pacífico.

De acordo com uma contagem da agência de notícias France-Presse (AFP), baseada em dados das autoridades norte-americanas, 14 embarcações foram destruídas desde então.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, que admitiu ter autorizado operações clandestinas dos serviços secretos externos (CIA) em território venezuelano, também mencionou que tinham sido efetuados ataques terrestres contra "narcoterroristas".

Venezuela anuncia ter intercetado três aviões de narcotráfico

O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou quarta-feira que o exército intercetou, nos últimos três dias, três aviões usados para o narcotráfico, que "vinham do norte" e das Caraíbas.

Na segunda-feira, declarou Maduro numa emissão televisiva, "um avião usado para o tráfico de drogas entrou pelas Caraíbas" e a aviação venezuelana "detetou-o num segundo".

"Hoje [quarta-feira], dois aviões utilizados para o tráfico de droga entraram pelo norte. E, de acordo com a nossa lei, temos uma lei de interceção (...) Pim, pum, pam!", acrescentou.

Nicolás Maduro também disse que os serviços de informações e contrainformações do seu país derrotaram um suposto plano da CIA norte-americana, que consistia em atacar embarcações dos Estados Unidos destacadas em Trindade e Tobago, onde o governo de Donald Trump ordenou exercícios militares.

"A própria CIA [Agência Central de Inteligência], com toda a maldade que a caracteriza, ia atacar os próprios navios dos Estados Unidos. E a quem iriam atribuir a culpa? (...) E por que iriam atribuir a culpa à Venezuela? Para justificar uma escalada e um confronto entre povos irmãos", afirmou Maduro, durante uma visita a um setor do maior bairro do país e da América Latina, Petare.

Numa transmissão do canal estatal Venezolana de Televisión (VTV), o líder do regime chavista informou ainda sobre a prisão de "mercenários" que "confessaram tudo", e também mencionou a captura de indivíduos no leste do país, sem dar mais informações a respeito.

O Presidente falou sobre a "boa vizinhança entre países limítrofes", numa referência a Trindade e Tobago, país localizado a apenas 11 quilómetros da costa da Venezuela, mas mencionou que o 'imperialismo' "semeia discórdia, intriga e ódio" para colocar "em conflito" povos vizinhos que "coexistiam em paz".

No domingo passado, a Venezuela denunciou uma "provocação militar" por parte de Trindade e Tobago "em coordenação" com a CIA para "instalar uma guerra" nas Caraíbas.

Estes anúncios de Maduro ocorrem no momento em que os Estados Unidos enviaram navios de guerra para a região das Caraíbas e realizam ataques contra barcos de supostos narcotraficantes.

Washington acusa Maduro de fazer parte de um cartel, o que o Presidente venezuelano nega veementemente, garantindo que está a lutar contra o narcotráfico.

No âmbito do destacamento, a aviação americana realizou vários voos perto da costa venezuelana nas últimas semanas.

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