Os Estados Unidos preparam-se para levar ao Conselho de Segurança das Nações Unidas uma resolução sobre a Faixa de Gaza para que uma força de estabilização internacional seja mandatada, e que dê respaldo ao Conselho da Paz, o órgão a que Donald Trump iria presidir, tal como previsto no plano de 20 pontos que levou o seu nome. Segundo o Axios, Washington apresentou a vários membros do Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução sobre uma força de estabilização internacional para a Faixa de Gaza, com um mandato mínimo de dois anos. Uma fonte daquele site noticioso disse que o objetivo é agendar o voto para estabelecer a força “nas próximas semanas e enviar as primeiras tropas para Gaza até janeiro”.De acordo com o plano de paz para Gaza dos EUA, apresentado em setembro, forças norte-americanas, árabes e de outros países seriam enviadas para o enclave. Mas até agora, os pormenores relativos aos participantes ou ao seu raio de ação estão por definir. O texto a que o Axios teve acesso afirma que as tarefas da força internacional envolvem “proteger os civis e os corredores humanitários”, “assegurar as fronteiras de Gaza com Israel e o Egito”, “formar uma nova força policial palestiniana” e “assegurar o processo de desmilitarização da Faixa de Gaza”. Este último ponto sugere que o mandato inclui o desarmamento do Hamas, o grupo islamista que governa de forma totalitária o enclave desde 2006. A mesma fonte citada disse que a força não é de manutenção de paz, mas de imposição da paz. Essa diferença pode comprometer os planos de alguns países que manifestaram abertura para enviar soldados. Por exemplo, na semana passada, o rei da Jordânia, em entrevista à BBC, deixou as suas reservas: “Espero que seja manutenção de paz. Porque se for para impor a paz, ninguém vai querer meter-se nisso. A manutenção da paz consiste em sentar-se ali a apoiar a força policial local, os palestinianos”, disse Abdullah II. Por outro lado, o governo israelita também não ficou agradado com o texto, disse um funcionário dos EUA ao Canal 12 israelita. Em específico, a Israel desagrada perder liberdade de ação em Gaza e teme que uma força similar possa vir a ser equacionada para a Cisjordânia. Resta saber o grau de flexibilidade dos EUA para aceitar sugestões por parte dos outros 14 países que formam o Conselho de Segurança. Na segunda-feira, no final de uma reunião com homólogos de países muçulmanos, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Turquia, Hakan Fidan, defendeu que as tarefas e o mandato da força internacional devem ser decididos pelo Conselho de Segurança da ONU. Já o país que ocupa a presidência do Conselho de Segurança neste mês, a Serra Leoa, deu sinais de máxima flexibilidade. O seu embaixador na ONU, Michael Kanu, disse que o país está pronto para trabalhar com quaisquer membros que apresentem uma resolução. Há ainda a ter em conta a Rússia. Depois de ter visto o Departamento do Tesouro dos EUA impor sanções a duas petrolíferas suas, poderá ameaçar com o poder de veto para negociar concessões.A conta-gotas, o Hamas continua a entregar os restos mortais dos últimos reféns. Na terça-feira, mais um caixão foi levado para Israel pela Cruz Vermelha. São agora 21 os corpos devolvidos desde o cessar-fogo que entrou em vigor no passado dia 10. Sobre os restantes sete corpos, fontes da defesa israelita disseram ao Canal 12 saber a localização de quatro deles e que estão otimistas que a totalidade seja recuperada..Hamas devolve mais um corpo de presumível refém