EUA proíbem voos para o Haiti durante 30 dias depois de aviões terem sido atingidos por tiros
Os Estados Unidos proibiram, durante 30 dias, os voos que tenham origem em aeroportos norte-americanos e o Haiti como destino, depois de três aviões comerciais terem sido alvo de disparos em Port-au-Prince.
O voo 951 da Spirit Airlines, que fazia a rota entre os aeroportos de Fort Lauderdale, a norte de Miami (EUA), e Port-au-Prince teve de ser desviado na segunda-feira depois de ter sido atingido por tiros quando se aproximava da capital haitiana.
O avião, com 48 pessoas a bordo, teve de ser desviado para a cidade de Santiago, no norte da República Dominicana. Mais tarde a empresa JetBlue reportou outro ataque contra uma das suas aeronaves.
O aeroporto Toussaint Louverture vai ficar encerrado até 18 de novembro e o porto da cidade, o principal do país, está fechado ao acesso terrestre, embora esteja aberto à navegação.
A crescente atividade de gangues armados forçou as agências da ONU a paralisar as suas operações de entrega de dinheiro a "milhares de pessoas", devido à impossibilidade de ter o mínimo de segurança.
A área metropolitana de Port-au-Prince tem estado paralisada nos últimos dias, com o encerramento do principal aeroporto, escolas e inúmeras instituições públicas e privadas.
Os momentos de tensão coincidem com o primeiro dia de trabalho do novo primeiro-ministro haitiano, Alix Didier Fils-Aimé, que assumiu o cargo após a destituição do antecessor Garry Conille, acusado de abuso de poder e suborno.
O objetivo do governo de transição é preparar o caminho para eleições que conduzam à nomeação de um Presidente até 7 de fevereiro de 2026, um cargo que está vago desde o assassinato em 2021 do então chefe de Estado, Jovenel Moise.
A segurança será um dos grandes desafios do novo executivo, num país onde só entre julho e setembro pelo menos 1223 pessoas morreram e 522 ficaram feridas em consequência da violência e do combate aos gangues, segundo o Gabinete Integrado do Nações Unidas no Haiti (Binuh).
A isto juntam-se os 3900 mortos e feridos no primeiro semestre, depois de 2023 ter fechado com cerca de 8000 vítimas.