EUA e Rússia acabam com partilha semestral de informação nuclear
O tratado, que os presidentes de então - Barack Obama e Dmitry Medvedev -- assinaram em 2010, limita cada Estado a um máximo de 1.550 ogivas nucleares e 700 bombardeiros.
Os EUA e a Federação Russa acabaram com a rotina semestral de partilhar informação sobre as suas armas nucleares, como estipulado no Tratado Novo START, o último pacto de controlo de armas entre aqueles Estados.
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A informação foi avançada na terça-feira por dirigentes dos EUA.
Responsáveis do governo do presidente Joe Biden na Casa Branca, no Pentágono e no Departamento de Estado disseram que os EUA se tinham disposto a continuar a fornecer esta informação à Federação Russa, mesmo depois de o presidente russo, Vladimir Putin, ter suspendido a participação no tratado, no mês passado, mas Moscovo informou Washington que deixaria de partilhar informação.
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"Devido ao não cumprimento pela Federação Russa das obrigações decorrentes do tratado, os EUA também não vão fornecer a sua informação semestral à Federação Russa, de forma a encorajar a Federação Russa a regressar ao cumprimento do tratado", disse o porta-voz do Departamento de Estado, Vedant Patel, a jornalistas.
A Casa Branca, que tem acusado o Kremlin de violações múltiplas do tratado, disse que a recusa russa de cumprir o estipulado é "legalmente inválida" e que a decisão de reter a informação nuclear é outra violação.
Apesar de ter sido prolongado pouco depois de Joe Biden tomar posse, em janeiro de 2021, o Novo START tem estado sujeito a severos testes desde o início da invasão da Ucrânia pela Federação Russa e passou para suporte de vida há mais de um mês, desde que Putin anunciou que iria deixar de cumprir com o estipulado.
O tratado, que os presidentes de então - Barack Obama e Dmitry Medvedev -- assinaram em 2010, limita cada Estado a um máximo de 1.550 ogivas nucleares e 700 bombardeiros. O acordo contempla ainda inspeções extensas às instalações nucleares para verificar o cumprimento do acordado.
Desde 2020, contudo, que as inspeções não se têm realizado, devido à pandemia do novo coronavírus.
As discussões para o seu reinício deveriam ter começado em novembro de 2022, mas a Federação Russa cancelou-as, argumentando com o apoio dos EUA à Ucrânia.
Em fevereiro, Moscovo suspendeu formalmente a sua participação no tratado.