Estados Unidos estendem ao Pacífico os ataques contra alegados narcobarcos

Estados Unidos estendem ao Pacífico os ataques contra alegados narcobarcos

Ataque na costa colombiana nas águas do Pacífico matou duas pessoas, elevando para 34 as mortes nas oito operações registadas desde setembro.
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Depois de ter lançado ataques justificados com o combate ao tráfico de droga nas águas da Venezuela e da Colômbia no Mar das Caraíbas, os Estados Unidos atacaram esta terça-feira, 21 de outubro, embarcações tripuladas por civis na costa colombiana, mas nas águas do Oceano Pacífico.

Esta investida foi confirmada pelo Secretário da Defesa, Pete Hegseth, que deu conta de que os militares norte-americanos mataram duas pessoas, elevando para 34 as mortes nas oito operações registadas desde setembro.

Numa publicação na rede social X, Hegseth definiu os tripulantes como "narcoterroristas" e mostrou um vídeo do momento da explosão do barco. "Tal como a Al-Qaeda declarou guerra à nossa pátria, estes cartéis estão a fazer guerra à nossa fronteira e ao nosso povo. Não haverá refúgio nem perdão, apenas justiça", acrescentou, sem avançar detalhes sobre as pessoas ou a carga a bordo da embarcação, mas adiantando que a ordem havia sido dada por Donald Trump.

O anúncio surge dois dias depois de o próprio Hegseth ter divulgado a notícia do sétimo ataque, no domingo, que matou três pessoas. Na ocasião, o alvo era uma embarcação que as autoridades norte-americanas associam ao Exército de Libertação Nacional, um grupo guerrilheiro colombiano que os Estados Unidos consideram uma organização terrorista desde a década de 1990.

Também no X, Hegseth alegou que a embarcação "estava a navegar por uma rota conhecida de tráfico de droga e a transportar quantidades substanciais de narcóticos".

O Secretário da Defesa dos Estados Unidos explicou na altura que a operação, que teve como alvo a Colômbia, e não a Venezuela como nos ataques anteriores, aconteceu em águas internacionais e dentro da área de responsabilidade do Comando Sul dos EUA, que inclui o Mar das Caraíbas.

A administração Trump alega que os Estados Unidos estão envolvidos num “conflito armado não internacional” com os cartéis de droga, argumentando que o tráfico de droga desses gangues mata dezenas de milhares de americanos por ano, pelo que considera como "ataques armados" esses alegados movimentos de estupefacientes.

No parlamento norte-americano, os democratas alegam que os ataques violam o direito norte-americano e a legislação internacional e alguns congressistas republicanos têm procurado mais informações junto da Casa Branca sobre a justificação legal e os detalhes dos ataques.

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