Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA.
Marco Rubio, secretário de Estado dos EUA.FOTO: ALEX WROBLEWSKI/EPA

Estados Unidos confiam em paz na Ucrânia. Rússia acusa países ocidentais de tentarem impedir negociações

“Acreditamos numa solução negociada que defenda a soberania ucraniana e garanta a sua segurança a longo prazo", diz secretário de Estado Marco Rubio, em mensagem divulgada este domingo, dia 24.
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A administração norte-americana felicitou este domingo, dia 24 de agosto, o povo da Ucrânia pelo 34.º aniversário da independência e manifestou confiança em negociações de paz com a Rússia que permitam uma paz duradoura.

“Acreditamos numa solução negociada que defenda a soberania ucraniana e garanta a sua segurança a longo prazo, levando a uma paz duradoura”, afirmou o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, numa mensagem divulgada pelo Departamento de Estado.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, pretende organizar uma cimeira entre Zelensky e o homólogo russo, Vladimir Putin, mas tem manifestado nos últimos dias impaciência sobre as posições Moscovo em relação a uma solução para a guerra.

Trump, que prometeu durante a campanha eleitoral acabar com a guerra na Ucrânia em 24 horas, já se reuniu com Putin no Alasca, em 15 de agosto, e com Zelensky e líderes europeus, três dias depois.

Uma das questões fulcrais é o das garantias de segurança para a Ucrânia, depois de o Memorando de Budapeste, de 1994, não ter impedido a Rússia de anexar a Península da Crimeia em 2014 e invadir o país vizinho em janeiro de 2022.

No memorando, Rússia, Estados Unidos e Reino Unido deram garantias de segurança à Ucrânia, à Bielorrússia e ao Cazaquistão em troca do arsenal nuclear soviético estacionado no seu território e da adesão ao Tratado de Não-Proliferação.

Kiev tem recebido armamento ocidental desde a invasão russa, incluindo dos Estados Unidos, mas o jornal The Wall Street Journal revelou que Washington bloqueou o uso de mísseis de longo alcance para ataques dentro da Rússia.

Citando fontes do Pentágono (sede da Defesa), o jornal norte-americano noticiou no sábado que a limitação tem sido imposta desde a primavera, “limitando Kiev de usar uma arma poderosa na luta contra a invasão de Moscovo”.

“O veto […] aos ataques de longo alcance restringiu as operações militares da Ucrânia, uma vez que a Casa Branca tem procurado persuadir o Kremlin a iniciar negociações de paz”, acrescentou o jornal, referindo-se às presidências norte-americana e russa.

Na mensagem sobre o dia da independência, Marco Rubio afirmou que “os Estados Unidos estão comprometidos com o futuro da Ucrânia como nação independente”.

“Enquanto prestam homenagem à história da vossa nação, os Estados Unidos esperam continuar a construir a nossa parceria económica e de segurança para um futuro pacífico e próspero para ambas as nações”, acrescentou Rubio.

Lavrov acusa países ocidentais

O chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, acusou este domingo os países ocidentais de tentarem impedir as negociações de paz sobre a Ucrânia, num momento em que os esforços para resolver o conflito parecem ficar paralisados.

“Eles estão apenas à procura de um pretexto para impedir as negociações”, afirmou Lavrov numa entrevista à emissora pública Rossya, citada pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Lavrov também criticou a posição do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que “teima, impõe condições e exige, a qualquer custo, um encontro imediato” com o homólogo russo, Vladimir Putin.

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