"Está de boa saúde". Sonda Parker já comunicou com a Terra após aproximação recorde ao Sol
A sonda Parker sobreviveu à aproximação recorde ao Sol que efetuou na véspera de Natal. A informação foi dada esta sexta-feira pela NASA ao revelar que a sonda comunicou com a terra "indicando que está de boa saúde e a funcionar normalmente".
"Telefonou para casa! Depois de passar a apenas 3,8 milhões de milhas [cerca de 6,1 milhões de quilómetros] da superfície solar a 24 de dezembro - a passagem solar mais próxima da história - recebemos o sinal sonoro da Parker Solar confirmando que está em segurança", lê-se na mensagem que a NASA divulgou durante a madrugada nas redes sociais. É "o mais próximo que um objeto feito pelo Homem alguma vez esteve de uma estrela".
"A equipa estava sem contacto com a sonda durante a sua aproximação, a 24 de dezembro, com a Parker Solar a passar a 3,8 milhões de milhas da superfície solar [6,1 milhões de quilómetros] enquanto se movimentava a 430 mil milhas por hora [692 mil quilómetros por hora]", refere a NASA, num comunicado assinado por Michael Buckley, do Laboratório de Física Aplicada Johns Hopkins, indicando que a comunicação da sonda foi recebida na noite de 26 de dezembro.
É esperado agora que Parker envie dados telemétricos detalhados sobre o seu estado a 1 de janeiro.
Lançada em 2018 para uma missão de sete anos, a sonda, que durante a sua aproximação viajou a uma velocidade de aproximadamente 692.000 quilómetros/hora e suportou temperaturas extremas, pretende aprofundar os conhecimentos científicos sobre a estrela.
"Este estudo de perto do Sol permite à Parker Solar Probe efetuar medições que ajudam os cientistas a compreender melhor como é que o material nesta região é aquecido a milhões de graus, monotorizar a origem do vento solar e descobrir como é que as partículas energéticas são aceleradas até perto da velocidade da luz", explica a NASA.
“Ao estudar o Sol de perto, podemos compreender melhor os seus impactos em todo o nosso sistema solar, incluindo na tecnologia que usamos diariamente na Terra e no espaço, bem como aprender sobre o funcionamento das estrelas em todo o universo para ajudar na nossa busca de mundos habitáveis para além do nosso planeta natal”, salienta Nicky Fox.
“Os dados que virão da nave espacial serão informações novas sobre um lugar onde nós, como humanidade, nunca estivemos”, disse Joe Westlake, diretor da Divisão de Heliofísica na sede da NASA. “É um feito espantoso”, destacou.
As aproximações anteriores "ajudaram os cientistas a identificar as origens das estruturas do vento solar e a mapear os limites exteriores da atmosfera do Sol".
"Este é um exemplo das missões audaciosas da NASA, realizando algo que nunca ninguém fez para responder a questões de longa data sobre o nosso universo", disse o cientista Arik Posner, do programa Parker Solar Probe, em comunicado.
Esta aproximação é a primeira de três passagens recorde, estando as duas seguintes previstas para 22 de março e 19 de junho de 2025
*Com Lusa