O Governo de Espanha condenou esta segunda-feira, 8 de setembro, o atentado a tiro em Jerusalém e confirmou que um dos seis mortos era um cidadão espanhol."A minha mais firme condenação ao atentado ocorrido esta manhã em Jerusalém Oriental", escreveu o primeiro-ministro de Espanha, Pedro Sánchez, na rede social X.Sánchez confirmou que entre os mortos está "o cidadão espanhol Yaakov Pinto" e enviou "condolências ao povo israelita e, em especial, aos familiares das vítimas". "A violência não é o caminho. Estamos convencidos de que a paz no Médio Oriente é possível", acrescentou.O Governo espanhol divulgou também um comunicado, através do Ministério dos Negócios Estrangeiros, em que condenou "de forma taxativa o atentado terrorista" de hoje em Jerusalém."Espanha reitera o seu compromisso com a paz no Médio Oriente e a sua mais firme condenação ao terrorismo", lê-se no mesmo comunicado.O ataque a tiro numa paragem de autocarro em Jerusalém ocorreu no mesmo dia em que Sánchez anunciou nove medidas para tentar "travar o genocídio em Gaza" e para "perseguir os seus executores", entre as quais, um decreto-lei para formalizar o embargo de armas a Israel e a proibição de entrada em Espanha para "aqueles que participam diretamente no genocídio".Segundo o jornal espanhol El País, trata-se da primeira vez que o primeiro-ministro espanhol se referiu oficialmente e abertamente a "genocídio" no contexto do conflito na Faixa de Gaza.Israel diz que governo espanhol é "corrupto" e "antissemita" O Governo de Israel, através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Gideon Saar, acusou de seguida Espanha de "antissemitismo institucionalizado" e considerou que "o corrupto Governo de [Pedro] Sánchez" tenta "distrair a atenção" de "escândalos de corrupção mediante contínuos ataques anti-israelitas e antissemitas" e "lidera uma linha hostil anti-israelita, com uma retórica desenfreada e cheia de ódio".Israel anunciou também que duas ministras espanholas estão proibidas de entrar no país, a do Trabalho e uma das vices do executivo, Yolanda Díaz, e a da Juventude, Sira Rego.Ambas são do Somar, o partido de esquerda que está na coligação de Governo de Espanha com os socialistas de Pedro Sánchez, e Sira Rego é ainda filha de um palestiniano."É evidente que Díaz, líder extremista do Somar, se está a aproveitar da debilidade política do presidente Sánchez e o está a arrastar, passo a passo, a implementar a sua visão anti-israel e antissemita", escreveu Gideon Saar, num comunicado publicado nas redes sociais e citado pelas agências de notícias espanholas.A ministra Sira Rego "exigiu à União Europeia que rompa todos os vínculos com Israel e lhe imponha sansões em todos os níveis", além de ter apoiado as "violentas manifestações" contra a equipa israelita que está a participar na volta a Espanha em bicicleta, justificou Saar."Serão tomadas decisões adicionais posteriormente", após consulta com o primeiro-ministro de Israel, Benjamín Netanyahu, avisou ainda o ministro Gideon Saar.Já antes, Gideon Saar, tinha realçado a coincidência do atentado e das medidas anunciadas pelo governo espanhol. "No mesmo momento em que Sánchez atacava Israel, terroristas palestinianos atacavam e assassinavam seis israelitas, entre eles, Jacob Pinto, um novo imigrante de Espanha", escreveu o ministro nas redes sociais, numa mensagem que voltou a acusar o líder do Governo de Espanha e outros ministros de "justificarem o massacre de 07 de outubro" e se terem colocado "ao lado do Hamas", numa referência ao ataque de 2023 do grupo islamita que controla a Faixa de Gaza.Espanha retira embaixadora de TelaviveNa sequência, o Governo de Espanha considerou inaceitável que Israel proíba a entrada de duas ministras espanholas no país e retirou a embaixadora em Telavive, chamando-a a Madrid "para consultas"."Perante as caluniosas acusações a Espanha e as inaceitáveis medidas contra dois membros do Governo", o ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, chamou a Madrid a embaixadora de Espanha em Telavive, Ana María Solomon, "para consultas", disseram fontes oficiais do Executivo, citadas por vários meios de comunicação social espanhóis.Segundo Gideon Saar, os autores do atentado desta segunda-feira em Jerusalém são dois palestinianos e o exército israelita anunciou o envio de soldados para a zona do ataque e também para os arredores da capital da Cisjordânia, Ramallah, “para combater o terrorismo”.