Enviado de Trump garante: "Não estava a referir-me a uma divisão da Ucrânia"
Keith Kellogg, enviado especial do presidente dos EUA, esclareceu que nunca defendeu "uma divisão" da Ucrânia, como noticiou o The Times, na sequência de uma entrevista que o general deu ao jornal britânico e que é este sábado publicada.
"O artigo deturpa o que eu disse", declarou o enviado de Donald Trump à guerra na Ucrânia.
Kellogg afirmou que se referiu a "uma força de resiliência" após um cessar-fogo "em apoio à soberania da Ucrânia".
"Nas discussões sobre a divisão, estava a referir-me a áreas ou zonas de responsabilidade para uma força aliada (sem tropas dos EUA). Não estava a referir-me a uma divisão da Ucrânia", esclareceu numa mensagem que publicou na rede social X.
Ao The Times, Kellogg propôs estabelecer no oeste da Ucrânia uma "força de segurança" liderada pelo Reino Unido e pela França e concentrar as tropas ucranianas a leste do rio Dnipro, servindo este como linha de separação entre as duas zonas, sendo que os territórios ucranianos atualmente sob ocupação seriam controlados pelas forças russas.
"Quase poderia fazer-se algo parecido com o que aconteceu a Berlim depois da Segunda Guerra Mundial, quando havia uma zona russa, uma zona francesa, uma zona britânica e uma zona americana", referiu o general Kellogg à publicação, referindo-se a um possível processo para alcançar a paz.
O enviado de Trump considerou, na entrevista, que uma força liderada pelo Reino Unido e pela França no oeste da Ucrânia, como uma garantia de paz, "não seria nada provocatória" para a Rússia.
Kellogg propôs ainda a criação de uma zona desmilitarizada de 29 quilómetros no leste da Ucrânia, ao longo da atual linha da frente, para servir de barreira entre as tropas russas e ocidentais.
"Olha-se para um mapa e cria-se, à falta de melhor termo, uma zona desmilitarizada [DMZ]. Levem-se ambos os lados 15 quilómetros para trás", disse Kellogg.
"E teríamos uma DMZ que pode ser monitorizada, e esta (...) zona de cessar-fogo pode ser monitorizada com bastante facilidade", adiantou. "Agora, haverá violações? Provavelmente, porque há sempre. Mas a nossa capacidade de monitorizar isso é fácil", disse.
Kellogg frisou que os EUA não enviariam tropas terrestres para a força de segurança na Ucrânia.
Com Lusa