Eleições antecipadas nos Países Baixos marcadas para 29 de outubro
Os Países Baixos vão ter eleições antecipadas em 29 de outubro na sequência da recente queda do Governo causada pela saída da sua maior força, o Partido pela Liberdade (PVV), de extrema-direita, liderado por Geert Wilders
"Nos próximos meses trabalharei com os municípios e outras partes interessadas para nos prepararmos para este dia importante para a nossa democracia, para que tudo corra bem!", escreveu esta sexta-feira, 6 de junho, a ministra do Interior, Judith Uitermark, no X.
Geert Wilders anunciou na terça-feira, 3 de junho, que os cinco ministros do PVV iriam deixar o governo depois de os outros três parceiros da coligação terem rejeitado as suas propostas radicais sobre imigração e asilo. “Assinei por uma política de asilo mais rigorosa, não para a queda dos Países Baixos”, disse então o líder da extrema-direita neerlandesa, depois de ter avisado na semana passada que, se o seu plano não fosse adotado, o PVV ficaria “fora do governo”.
O plano de dez pontos de Geert Wilders pretendia, entre outras coisas, a deportação de todos os requerentes de asilo, o encerramento dos centros de alojamento de refugiados, a suspensão das quotas de asilo determinadas pela União Europeia, e a proibição de os familiares se juntarem aos refugiados já no país.
As sondagens colocam o PVV empatado com a aliança dos Verdes e dos Trabalhistas do ex-vice-presidente da Comissão Europeia, Frans Timmermans, e à frente do partido liberal VVD, do antigo primeiro-ministro e atual secretário-geral da NATO, Mark Rutte.
O atual governo demissionário tomou posse a 2 de julho, após meses de negociações entre os quatro partidos da coligação que se formou no seguimento das eleições de novembro de 2023, ganhas pelo PVV com 23,49% dos votos, o equivalente a 37 deputados.
Umas negociações que só chegaram a bom porto depois de Wilders ter prescindido de ser primeiro-ministro e ocupar qualquer cargo no executivo, tendo o escolhido sido Dick Schoof, antigo militante do Partido Trabalhista e atual independente, com uma longa carreira em cargos públicos e governamentais.
Ao longo da curta legislatura, Wilders avisou frequentes vezes que a única forma de implementar as suas políticas anti-imigração seria tornar-se primeiro-ministro, o que tentará agora conseguir nas eleições de outubro.