Quando, a 23 de março de 752, o Vaticano nomeou Estêvão como o sucessor do Papa Zacarias, poucos pensariam que, no espaço de apenas três dias, teriam de voltar a eleger um novo Papa.Tudo porque Estêvão morreu três dias após ser eleito como Papa, não chegando a ser consagrado como tal - e, com isto, não passou de Papa-eleito. Protagonizaria assim o pontificado mais curto da História: apenas três dias - com isto, a Igreja Católica não o considera, formalmente, um Papa, ainda que tenha sido eleito como tal.Caso semelhante aconteceu séculos depois, em 1590, quando Urbano VII foi nomeado a 15 de setembro, morrendo 12 dias depois, não chegando a ser coroado Papa. Este é, então, o Pontificado reconhecido pelo Vaticano como sendo o mais curto da história.Em sentido contrário, o pontificado mais longo - e também o primeiro - foi o do Apóstolo Pedro, que durou 37 anos, entre os anos 30 e 67. Seguiu-se depois o papa Pio IX, cujo pontificado também durou mais de três décadas (31 anos), entre 1846 e 1878.Itália domina as nacionalidades. Francisco foi o primeiro não-Europeu em mais de mil anosTanto Urbano VII como Estêvão eram italianos. Este é, aliás, um traço que une a maior parte dos papas ao longo da História. Até agora, 217 dos 266 papas eram italianos.A uma larga distância vem França, com 16, e a Alemanha, com seis, encerra o top-3 de nacionalidades dos papas aos longo da história.Curiosamente, o Papa Francisco foi o primeiro Pontífice argentino. Com isso tornou-se, simultaneamente, no primeiro Papa não-europeu em mais de 1200 anos, depois de Gregório III, que nasceu em parte do Império Bizantino que corresponde atualmente a território sírio.Com direito a quatro cardeais eleitores (Manuel Clemente, José Tolentino Mendonça, Américo Aguiar e António Marto), Portugal teve, até agora, dois papas. O primeiro foi o Papa Dâmaso I, entre os anos 305 e 384. Mais de 900 anos depois, o João XXI seria nomeado Papa, sucedendo a Adriano V.Desde então, nunca mais um português liderou a Igreja Católica. Será agora de haver um novo Papa português? Aquando do internamento de Francisco, em fevereiro, a jornalista Aura Miguel assumia ao DN que seria "wishful thinking" por parte dos portugueses. José Tolentino Mendonça, o nome português mais forte, "tem um grande protagonismo". Mas o "panorama é muito diversificado e há pessoas com outro tipo de experiências que poderão pesar também, como a experiência diplomática ou uma experiência mais alargada a outras questões que não é só a parte da cultura e da educação. A eleição é muito mais complexa do que parece", dizia nessa altura a vaticanista. .Manuel Clemente: “Ao contrário de outras alturas, não temos à partida grandes nomes 'papabili'".Do camerlengo ao 'Habemus papam'. Tudo sobre a escolha de um novo Papa