Cuba luta para ter eletricidade
Cuba prepara-se para mais uma noite com várias regiões sem eletricidade, após ter passado 24 horas em apagão total, isto depois de o sistema elétrico da ilha ter entrado em colapso na sexta-feira de manhã.
Durante o dia deste sábado, numa mensagem no X, o Ministério de Energia e Minas de Cuba, que controla na totalidade o sistema energético da ilha, regida por um regime comunista, prometera “uma maior cobertura elétrica no país, desde a entrada das unidades geradoras até aos subsistemas criados nos territórios”. Isto após o fracasso do reinício do Sistema Elétrico Nacional, que apenas permitira recuperar a energia em algumas zonas do país.
O governo estava a tentar expandir as zonas eletrificadas, ligando-as entre si para chegar às centrais termoelétricas e reiniciá-las, mas uma nova “desconexão total” pôs fim a estes progressos.
O país, atualmente dirigido por Miguel Díaz-Canel, baseia a sua produção energética em centrais termoelétricas hoje obsoletas, vítimas de um desinvestimento crónico.
A agravar a situação, está atualmente a passar por um período de particular escassez de combustível - necessário também para a queima nestes geradores -, resultado de falta de divisas para o importar.
Os cubanos estão, no entanto, habituados a viver com apagões, e há vários anos. Só que desde o final de agosto a situação agravou-se para níveis semelhantes aos piores momentos de sempre, julho e agosto de 2021 e 2022. O regime de partido único, que controla quase a totalidade da atividade económica, tentou minimizar a situação nos últimos anos alugando várias centrais elétricas flutuantes. Mas tal revelou-se manifestamente insuficiente.
Estes apagões prejudicam a já frágil economia cubana - que em 2023 contraiu 1,9% e se encontra ainda abaixo dos níveis de 2019 (segundo dados oficiais), e impulsionam ainda mais o descontentamento social.