Ano Sartania e Tako Khvitia nasceram no dia 20 de junho de 2002 do mesmo ventre, na Geórgia, mas viveram quase 20 anos sem saber que eram irmãs gémeas. Isto porque assim que nasceram foram tiradas de ao pé da mãe e vendidas para famílias diferentes..Só quase 20 anos depois descobriram que eram irmãs e voltaram a ficar juntas, graças a um programa de talentos da televisão numa primeira fase e a um vídeo no Tik Tok anos depois. Ao investigarem o passado, perceberam que estavam entre os milhares de bebés na Geórgia que foram roubados de hospitais e posteriormente vendidos..A história sobre como se voltaram a encontrar começou quando tinham 12 anos. Amy Khvitia estava na casa de uma madrinha, perto do Mar Negro, a assistir ao seu programa de TV favorito, o Georgia's Got Talent. E deparou-se com uma rapariga a dançar que era igual a ela. “Toda a gente começou a ligar para a minha mãe e perguntava: 'Porque a Amy está a dançar com outro nome?'”, contou Amy, citada pela BBC..O caso passou sem que ninguém se apercebesse e, sete anos depois, em novembro de 2021, Amy publicou um vídeo no TikTok. A 320 quilómetros de distância, em Tbilisi, outra jovem de 19 anos, Ano Sartania, recebeu o vídeo através de amigo que se interrogou sobre as semelhanças entre ambas..Ano ainda fez umas tentativas para tentar contactar a irmã (na altura ainda sem saber) e publicou um vídeo numa conta do WhatsApp da faculdade para as outras pessoas partilharem. Foi então que alguém que conhecia Amy viu a mensagem e as colocou em contacto através do Facebook..Amy soube imediatamente que Ano era a rapariga que tinha visto há uns anos no Georgia's Got Talent. Começaram a falar e descobriram que tinham várias coisas em comum..Ambos tinham nascido na maternidade de Kirtskhi – que já não existe – no oeste da Geórgia, mas, de acordo com as suas certidões de nascimento, os aniversários tinham algumas semanas de diferença..Gostavam da mesma música, adoravam dançar e até tinham o mesmo penteado. Descobriram também que tinham a mesma doença genética, um distúrbio ósseo chamado displasia..Chegou o dia em que marcaram um encontro e viram-se pela primeira vez pessoalmente nas escadas rolantes de uma estação de metro em Tbilisi. “Foi como olhar no espelho, exatamente a mesma cara, exatamente a mesma voz. Eu sou ela e ela sou eu”, recordou Amy. Foi naquele momento que descobriram que eram mesmo irmãs gémeas..Decidiram investigar e confrontar as respetivas famílias. E chegaram à conclusão que tinham sido adotadas, de forma separada, com algumas semanas de diferença, em 2002..As mães de ambas acabaram por contar a mesma versão, que uma amiga lhes tinha dito que num determinado hospital havia um bebé indesejado, mas que era preciso pagar aos médicos para ficarem com eles. Mas nenhuma das famílias adotivas sabia que eram irmãs gémeas.