Friedrich Merz e a sua coligação CDU/CSU-SPD passaram o primeiro e significativo teste eleitoral nas eleições locais da Renânia do Norte-Vestfália, a região mais populosa da Alemanha (18 milhões de habitantes). Os democratas-cristãos mantiveram o primeiro lugar de há cinco anos, com uma ligeira descida, ao passo que os sociais-democratas não tiveram a queda que muitos auguravam (2,2%). A Alternativa para a Alemanha (Afd) triplicou a percentagem, para 15%, e vai disputar a presidência de duas cidades numa segunda volta, O partido que sofreu com a ascensão - já esperada - da extrema-direita foi os Verdes, com um trambolhão de quase sete pontos percentuais. O aumento da imigração e a estagnação industrial de cidades como Gelsenkirchen levaram ao aumento do desemprego, da pobreza e de tensões sociais. Terreno fértil para que a AfD, até há um ano e meio (nas últimas eleições gerais) com pequena expressão eleitoral, para conquistar eleitores. Nessas eleições, o partido liderado por Alice Weidel recebeu 25% dos votos em Gelsenkirchen. Agora, o seu candidato ficou em segundo lugar, a 7,2 pontos da candidata social-democrata e obrigando a uma segunda volta. Para a assembleia municipal, a Afd ficou a uma décima de igualar o SPD (30,2% vs 30,1%). Apesar de ficar a larga distância do atual presidente de Duisburgo, o social-democrata Sören Link, o candidato da AfD conseguiu ficar à frente da CDU e ir de novo a votos dentro de duas semanas. .AfD apontada para ganhar um estado na Alemanha. Na capital da Renânia do Norte-Vestfália, Düsseldorf, contados 96% dos votos, a candidata dos Verdes seguia bem posicionada para disputar a presidência da Câmara com o atual oberbürgermeister, o democrata-cristão Stephan Keller, e graças à queda do SPD para um valor historicamente baixo. Independentemente do que vier a acontecer nas urnas no dia 28, para o líder parlamentar da CDU Jens Spahn o resultado na região é a “recompensa pelo bom trabalho local e dá à coligação em Berlim um impulso positivo”. Citado pela Deutsche Welle, o ex-ministro da Saúde nos últimos anos de governo de Angela Merkel disse que o resultado é também uma indicação para seguir o rumo do “trabalho calmo e pragmático” valorizado pelos eleitores. Sobre o crescimento da extrema-direita, disse que questões como a migração motivada pela pobreza, os abusos da segurança social e os casos de integração fracassada “não devem ser tabu” e devem ser enfrentados com políticas concretas. O escrutínio ficou marcado por dificuldades técnicas em várias circunscrições, o que atrasou a transmissão dos resultados. Um porta-voz da cidade de Münster disse à rádio WDR que havia indícios de ataque cibernético.