Moçambique comemorou os 50 anos da proclamação da independência com uma cerimónia no palco desse momento, o estádio da Machava, que a partir de agora se chama Independência Nacional. O presidente Daniel Chapo, que recebeu a chama da unidade dos anteriores chefes de Estado vivos (Filipe Nyusi, Armando Guebuza e Joaquim Chissano) antes de acender a pira do estádio, evocou o primeiro líder, Samora Machel, e o fundador da Frelimo, Eduardo Mondlane, e agradeceu aos veteranos que combateram o “regime colonial fascista português”. Dezenas de milhares de moçambicanos assistiram dentro e fora do estádio à cerimónia que contou com a presença de dignitários de vários países, incluindo os chefes de Estado de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, ou da Tanzânia, Samia Suluhu. Ao distinguir 1100 antigos combatentes, Chapo disse que o dia deve ser igualmente de “respeito” perante os “heróis” moçambicanos, “principalmente os veteranos da luta de libertação nacional, aqueles que tornaram possível esta conquista”. O presidente moçambicano disse que o país deve a independência aos veteranos da luta de libertação nacional e recordou o líder “carismático” e “honesto” Samora Machel. Descrevendo-o como “fundador do Estado e pai da nação moçambicana”, Chapo recordou na sua intervenção, de cerca de uma hora, a “liderança visionária” e o “seu apurado sentido de justiça e compromisso com a felicidade do povo moçambicano”. Evocou também a “larga experiência internacional” de Mondlane, que “lançou os alicerces da consciência nacionalista, aglutinando os moçambicanos de todas as etnias, regiões, raças, religiões, filiações ideológicas, em torno de um único objetivo: a libertação da terra e do homem da dominação colonial estrangeira”.Dirigindo-se ao “irmão” Marcelo Rebelo de Sousa, Chapo agradeceu a sua presença e pediu a livre circulação entre cidadãos dos dois países, nos dois sentidos. “Porque somos dois povos irmãos e amigos para sempre”, declarou. À chegada ao estádio, o Presidente português afirmou-se “muito emocionado”. À distância, o MNE português Paulo Rangel realçou “o grande dia” para Moçambique, mas também para Portugal por “ver um povo irmão celebrar 50 anos de independência”. Com Lusa