O chanceler alemão, Olaf Scholz, defendeu esta quinta-feira a decisão do seu país de fornecer armas à Ucrânia para combater a Rússia, dizendo que isso "não constitui uma escalada" do conflito..Num discurso feito no parlamento alemão, Scholz rejeitou as preocupações levantadas por alguns setores na Alemanha sobre a possibilidade de o fornecimento de armas à Ucrânia poder provocar um conflito mais amplo..Armar a Ucrânia foi "uma contribuição para afastar o ataque [russo] e, assim, acabar com a violência o mais rapidamente possível", garantiu..Scholz acrescentou que o Presidente russo, Vladimir Putin, estava "enganado" ao pensar que a paz pode ser imposta à Ucrânia pela força.."Não haverá 'diktat' [exigência imposta pelo mais forte] de paz, porque os ucranianos não o aceitarão e nós também não", sublinhou o chanceler alemão.."Só quando Putin entender isso, só quando entender que não pode quebrar a defesa da Ucrânia, estará preparado para negociar a paz a sério", referiu Scholz..No seu discurso aos deputados alemães, o chanceler também se afirmou contra o encurtamento do processo de adesão à União Europeia da Ucrânia, explicando que não haver atalhos "é um imperativo de justiça para os seis países dos Balcãs ocidentais"..A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior..A guerra na Ucrânia, que esta quinta-feira entrou no 85.º dia, causou já a fuga de mais de 14 milhões de pessoas das suas casas -- cerca de oito milhões de deslocados internos e mais de 6,3 milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945)..Também as Nações Unidas disseram que cerca de 15 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia..A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.