Cabo Delgado. UE vai reforçar cooperação com África do Sul
Bruxelas afirma que a ameaça terrorista em Cabo Delgado, no Norte de Moçambique ainda não está afastada.
O chefe da Diplomacia Europeia, Josep Borrell já iniciou os contactos com o governo de Pretória para a União Europeia reforçar a cooperação com a África do Sul, tendo em conta que a ameaça terrorista ainda "não foi totalmete eliminada" no norte de Moçambique.
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A porta-voz de Josep Borrell, Nabila Massrali afirmou esta terça-feira que os contactos com o governo sul-africano já estão em marcha para reforço da cooperação.
"A África do Sul é um ator essencial numa região que enfrenta uma variedade de desafios políticos e de segurança", afirmou a porta-voz. Nabila Massrali acrescentou que Bruxelas está "a expandir a cooperação em matéria de paz e segurança, especialmente através do apoio da UE à Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, a missão militar em Cabo Delgado, em Moçambique".
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"A ameaça terrorista do norte de Moçambique não foi totalmente eliminada e continua a preocupar-nos. Mas Moçambique e a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral e as Forças Armadas do Ruanda, com o apoio do treino militar da UE, estão a desenvolver um novo modelo de cooperação", afirmou.
Nabila Massrali afirma que a cooperação com a África do sul insere-se num pacote de apoio direto à segurança em Cabo Delgado que Bruxelas colocou em prática ainda em 2022.
"No ano passado, a UE apoiou as atividades de construção SAMIM [a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral em Moçambique], com 1,9 milhões de euros", afirmou a porta-voz, lembrando também que em setembro de 2022, a União Europeia aprovou "o apoio a equipamento não letal (...) no valor de 15 milhões de euros".
Durante a visita à África do Sul, na semana passada, o HRVP [Alto Representante para a Política Externa e de Segurança Comum] teve uma consulta política com ministro dos Negócios Estrangeiros, Naledi Pandor e partilhou a liderança dos diálogos ministeriais com entre a UE e a África do Sul.
O governo sul-africano anunciou já esta semana uma reunião que decorre esta terça-feira, com os membros Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), tendo em vista uma discussão sobre a situação em Cabo Delgado.
Desde 2017 que a província do norte de Moçambique tem enfrentado várias vagas de terrorismo, com grupos violentos que amedrontam a população com roubos e pilhagem.
O número de mortes estimadas ronda as 4000, na sequência dos vários ataques lançados por grupos de rebeldes. Os ataques têm sido reivindicados pelo grupo terrorista auto-proclamdo "estado islâmico".