SÁBADO.Biden com Elton John numa “batalha pela alma dos EUA”.Mandel NGAN / AFP.Com as ondas de choque do debate com Donald Trump ainda a fazerem-se sentir na América e no mundo, Joe Biden apareceu mais enérgico ao lado de Elton John na defesa dos direitos da comunidade LGBTQIA+ na inauguração de um museu gratuito em Nova Iorque. O presidente dos EUA e a estrela britânica recordaram aqueles que naquele mesmo local se rebelaram a 28 de junho de 1969 contra uma operação policial no bar gay Stonewall Inn, em Greenwich Village, um momento fundador na luta pelos direitos da comunidade gay. “Vocês marcaram um ponto de viragem para os direitos civis nos EUA e inspiraram milhões em todo o mundo. Até hoje, Stonewall continua o símbolo de um legado de liderança para a comunidade LGBTQIA+”, disse Biden, para quem “continuamos numa batalha pela alma dos EUA”. Apesar da prestação menos balbuciante, Biden parece ter dificuldade em contrariar a imagem que ficou no debate, em que se perdeu no meio de frases e prolongou silêncios desconfortáveis, levando cada vez mais democratas a pedir que se afaste antes das Presidenciais de novembro. Uma hipótese que não só Biden afasta como levanta outra dúvida maior: para dar lugar a quem?.DOMINGO.Barragem republicana conseguirá travar Le Pen e companhia? .AFP.Os resultados da primeira volta das Legislativas antecipadas em França tinham caída há poucos minutos quando Marine Le Pen falou ao país do seu reduto de Hénin-Beaumont. A antiga líder e figura de proa do Rassemblement National saudava a participação muito elevada que lhe garantiu a eleição à primeira e deixava o apelo aos franceses para darem a Jordan Bardella, o líder do RN, uma maioria absoluta na Assembleia Nacional na segunda volta de dia 7. Os resultados, esses, não andavam longe do que as sondagens previam, com a extrema-direita a vencer com 33,1%, seguida da Nova Frente Popular de esquerda com 28% e a coligação presidencial em terceiro com 20%. Passado o choque inicial, a hora foi de apelos mais ou menos convictos à desistência nas circunscrições onde passaram três candidatos, para fazer barragem ao RN. Mas numa França cada vez mais polarizada, resta saber que efeito é que estas desistências vão ter - irá a esquerda tapar o nariz e votar num candidato macronista? Irão os macronistas votar na esquerda, sendo que as desistências deste lado parecem não se aplicar à maioria dos casos em que o candidato da esquerda seja da França Insubmissa, a esquerda radical de Jean-Luc Mélenchon? E Le Pen, irá já ver a extrema-direita no poder ou terá de esperar por 2027 e por umas Presidenciais já sem Macron?.SEGUNDA.Lágrimas, redenção e um herói que nos leva aos quartos.AFP.A passagem aos oitavos-de-final até foi rápida e indolor, sem as habituais contas e continhas, mas a seleção portuguesa estava a guardar o drama para o jogo contra a Eslovénia. Incapaz de desfazer a teia adversária nos 90 minutos de jogo, e com Ronaldo a falhar um penálti já quase no final do prolongamento - com o capitão português a desfazer-se em lágrimas no relvado -, foi preciso chegar aos penáltis para conseguir a redenção. Primeiro a de Ronaldo que, apesar da pressão, não hesitou em ir marcar o primeiro penálti de Portugal e desta vez sem hipótese para o guarda-redes Oblak. Mas o verdadeiro herói da noite seria o guarda-redes Diogo Costa, que não defendeu um, nem dois, mas três penáltis consecutivos, colocando Portugal nos quartos-de-final, onde enfrentou a França. Uma exibição dramática do guardião do FC Porto a trazer à memória outro momento dramático quando naquele Euro2004, em Portugal, Ricardo não só defende um penálti sem luvas frente a Inglaterra, como decide depois ir ele próprio marcar a grande penalidade seguinte. Impróprio para cardíacos, à boa maneira portuguesa..TERÇA.Orbán de visita a Kiev em tom conciliatório com Zelensky.Único líder da União Europeia considerado próximo do presidente russo, Vladimir Putin, Viktor Orbán tem sido notícia por tentar bloquear a ajuda militar dos 27 à Ucrânia e por, na NATO, não ter bloqueado a assistência militar da Aliança Atlântica a Kiev, mas ter anunciado que a Hungria não irá fornecer quaisquer fundos ou recursos humanos para apoiar os ucranianos na guerra contra os russos. Nesta terça-feira, um dia depois de a Hungria ter assumido a presidência do Conselho da União Europeia, o primeiro-ministro húngaro esteve em Kiev ao lado do presidente Volodymyr Zelensky. Naquela que foi a sua primeira visita à Ucrânia desde a invasão russa, em fevereiro de 2022 (na verdade, a primeira ao país em 12 anos), Orbán apelou a um cessar-fogo para permitir conversações de paz. Num esforço de conciliação, o presidente ucraniano destacou que a visita do líder húngaro ilustra “as prioridades europeias comuns e a importância de trazer uma paz justa à Ucrânia e a toda a Europa”. Palavras de apaziguamento, mas vamos ver quanto tempo duram..QUARTA.Ucranianos convictos da vitória. Europeus contra enviar tropas.Roman PIL / AFP.Quase dois anos e meio depois da invasão russa, 58% dos ucranianos acredita numa vitória das suas forças na guerra, valor que aumenta para 69% caso a Ucrânia receba mais armas e munições. Esta é uma das conclusões de uma sondagem do European Council on Foreign Affairs realizada na Ucrânia e em 14 outros países europeus. Mas se uma maioria defende a continuação do apoio militar a Kiev - Portugal com 57% é dos mais entusiastas, mesmo assim longe da Estónia (74%), Suécia (66%) ou Polónia (66%) - em todos os países inquiridos a maioria da população opõe-se ao envio de tropas para a Ucrânia. Quanto ao desfecho do conflito, a maioria dos inquiridos fora da Ucrânia acredita que passará por algum tipo de negociação entre Kiev e Moscovo. No terreno, as tropas russas continuam a avançar lentamente, como têm feito nos últimos meses. Ao dia 861 de conflito o presidente Zelensky recusa que a Ucrânia esteja sem saída. Mas o fim continua a não estar à vista..QUINTA.Depois da vitória esmagadora, hora de desafios para Starmer.AFP.As exclamações dos comentadores da Sky News quando surgiu no ecrã o resultado da projeção dos resultados das eleições Legislativas no Reino Unido não deixavam margem para dúvidas: a vitória dos trabalhistas de Keir Starmer era tão retumbante quanto as sondagens adivinhavam. Feitas as contas, e com apenas um lugar por atribuir, o Labour obteve 412 lugares (dos 650 do Parlamento britânico), face as uns meros 121 dos conservadores do primeiro-ministro Rishi Sunak. Em terceiro lugar ficaram os liberais-democratas de Ed Davey, com 71 deputados. Apesar de se ter ficados pelos cinco (mesmo assim longe dos 13 que as projeções lhe davam à noite), o Reform de Nigel Farage foi um dos grandes vencedores da noite ao conseguir mais de quatro milhões de votos. Com Sunak a demitir-se também da liderança dos tories, uma das dúvidas é quem vai assumir a chefia da oposição a Starmer. Outra é como é que após 14 anos de sucessivos Governos conservadores, o primeiro-ministro trabalhista vai enfrentar desafios que vão da relação com a União Europeia às guerras na Ucrânia e em Gaza, passando por resolver o problema da habitação ou as listas de espera no NHS (serviço nacional de saúde britânico). .SEXTA.Irão volta às urnas entre um reformista e um conservador.AFP.Depois da vitória na primeira volta de Masoud Pezeshkian, os iranianos voltaram às urnas esta sexta-feira para uma segunda volta entre o candidato reformista e o ultraconservador Saeed Jalili, antigo negociador nuclear. Um dos dois assumirá a presidência do Irão, na sequência da morte de Ibrahim Raisi a 19 de maio num acidente de helicóptero. Num momento em que o Irão lida com fortes tensões na região devido à guerra em Gaza - com Teerão a apoiar o Hezbollah libanês que tem multiplicado ataques contra Israel na fronteira norte, aumentando receios de uma nova frente de conflito -, em disputa com o Ocidente sobre o programa nuclear e confrontado com contestação interna tanto devido ao estado da economia, sujeita a sanções, como após a morte de uma jovem em custódia da polícia dos costumes por não usar o véu como esta exige, o novo presidente terá pela frente vários desafios. Apesar de se saber que a verdadeira autoridade é o guia supremo, ayatollah Ali Khamenei, cuja saúde (e eventual sucessão), aos 85 anos, gera preocupação.