Boris Johnson assume responsabilidade por derrota eleitoral
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, afirmou esta sexta-feira "assumir" a responsabilidade pela derrota do Partido Conservador numa eleição parlamentar parcial.
A candidata dos Liberais Democratas, Helen Morgan, venceu a eleição de quinta-feira no círculo uninominal de North Shropshire, com 47% dos votos, conquistando o bastião conservador.
"Com toda a humildade, devo aceitar este veredicto", respondeu Boris Johnson.
"Sou responsável por tudo o que o governo faz e é claro que assumo a responsabilidade pessoal por isto", declarou, acrescentando entender "porque é que as pessoas se sentem tão frustradas".
Apesar de manter uma maioria absoluta no Parlamento, este resultado aumenta a pressão sobre o líder Conservador, dois anos após a histórica vitória eleitoral com a promessa de concretizar o 'Brexit'.
Nas últimas semanas, Boris Johnson tem sido envolvido em vários escândalos que estão a ter impacto na popularidade até agora elevada.
Os eleitores deixaram "claro" para Boris Johnson que "a festa acabou", afirmou Helen Morgan após o anúncio de sua vitória.
"Os eleitores de North Shropshire estão fartos. Acho que queriam enviar um recado e (...) nós ouvimos claramente", reconheceu o presidente do Partido Conservador, Oliver Dowden, à estação SkyNews.
Para o jornal conservador The Telegraph, a derrota do Partido Conservador numa região que controlava há quase 200 anos é uma "humilhação" para o primeiro-ministro.
Isto "vai assustar muitos deputados Conservadores e arrisca levantar questões sobre o futuro de Johnson", observa o diário de esquerda The Guardian.
A hipótese de uma moção de desconfiança contra ele dentro do partido, que o levaria à substituição na frente do Executivo, deixou de ser tabu, embora poucos tenham até agora indicado apoiar tal abordagem.
A ministra dos Negócios Estrangeiros, Liz Truss, e o ministro das Finanças, Rishi Sunak, são favoritos para a sucessão.
O deputado conservador Roger Gale disse que Boris Johnson deve "provar" de que é capaz de liderar o país se quiser manter seu posto.
"O Partido Conservador tem a reputação de não fazer prisioneiros. Se o primeiro-ministro falhar, o primeiro-ministro vai embora", avisou, em declarações hoje à BBC, recordando que o próprio Boris Johnson chegou ao poder depois de Theresa May ter sido expulsa pelo próprio partido.