Bielorrússia detém russo separado da filha após desenho sobre a guerra
Alexei Moskaliov tinha fugido no dia em que foi condenado pelo tribunal a dois anos de prisão
Alexei Moskaliov, um homem russo que foi separado da sua filha por causa de um desenho escolar sobre a invasão russa da Ucrânia, foi detido na Bielorrússia depois de ter fugido da prisão domiciliar na Rússia, anunciaram esta quinta-feira autoridades bielorrussas.
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"(Alexei) Moskaliov foi preso... após um pedido da polícia russa" e está atualmente detido na Bielorrússia, disse uma porta-voz do Ministério do Interior da Bielorrússia, segundo agências de notícias russas.
A detenção foi confirmada à Reuters pelo advogado Dmitry Zakhavatov, que não avançou mais detalhes. Também a agência de notícias SOTA avança que Moskalyov foi detido em Minsk, capital da Bielorrússia - um país aliado da Rússia.
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O caso deste pai e da sua filha tem vindo a causar grande indignação na Rússia há várias semanas e tornou-se um símbolo da repressão contra os que se opõem à operação militar lançada há mais de um ano contra a Ucrânia.
A história remonta ao ano passado, quando Maria fez um desenho na escola em que se veem mísseis ao lado de uma bandeira russa dirigidos contra uma mulher e uma criança ao lado da bandeira ucraniana.
A diretora da escola informou a polícia, que, por sua vez, descobriu que o pai da menina tinha feito comentários contra a ofensiva nas redes sociais.
Moskaliov foi posto em prisão domiciliar a 1 de março passado e a sua filha foi enviada para um centro de menores, onde foi proibida de falar por telefone com o pai.
A história teve desenvolvimentos na terça-feira, quando um tribunal de Efrémov, a 300 km de Moscovo, condenou Moskaliov, de 54 anos, a dois anos de prisão por ter "desacreditado" o exército. Pouco depois, o tribunal anunciou que o réu estava foragido.
Nesta quarta-feira, o Kremlin afirmou que acompanha de perto o caso e acusou o pai de cumprir as suas "obrigações parentais de maneira deplorável".
Também na quarta-feira, Maria Moskaliova, de 13 anos, publicou uma carta para o pai entretanto foragido: "Amo-te muito, não és culpado de nada, estarei sempre ao teu lado", escreveu .