O presidente dos EUA, Joe Biden,  falou ao país a partir da Sala Oval da Casa Branca
O presidente dos EUA, Joe Biden, falou ao país a partir da Sala Oval da Casa BrancaEPA/Erin Schaff

Biden pede calma ao país após atentado contra Trump. A política não é um "campo de morte"

"Por mais fortes que sejam as nossas convicções, nunca devemos permitir que elas resultem em violência", afirmou o presidente norte-americano. "É altura de nos acalmarmos", apelou Joe Biden.
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O presidente dos Estados Unidos pediu calma ao país e afirmou que a política não é um "campo de morte", na sequência do atentado contra o adversário republicano Donald Trump.

"Quero falar-vos esta noite sobre a necessidade de baixar a temperatura da nossa vida política", disse Joe Biden, num discurso a partir da Sala Oval da Casa Branca, no domingo.

"Todos nós enfrentamos um período de teste à medida que nos aproximamos das eleições [presidenciais, em novembro]. Quanto mais altos os riscos, mais quentes as paixões", acrescentou o democrata.

"Por mais fortes que sejam as nossas convicções, nunca devemos permitir que elas resultem em violência. (...) É altura de nos acalmarmos", afirmou.

"Não há lugar na América para este tipo de violência, para qualquer tipo de violência, nunca, ponto final, sem exceções. Não podemos permitir que esta violência seja normalizada", afirmou Biden.

No ataque, que o FBI disse ter sido uma tentativa de homicídio, morreu um apoiante e dois ficaram gravemente feridos.

Trump falava ao jornal New York Post, a bordo do seu avião, que se dirigia para o Milwaukee, no estado de Wisconsin, onde vai decorrer a Convenção Nacional Republicana, durante a qual deverá ser confirmado como candidato presidencial do partido.

Biden pede avaliação "minuciosa e rápida" à segurança após ataque a Trump

O presidente norte-americano revelou ter pedido uma avaliação independente da segurança tendo em conta a tentativa de assassinato do antigo chefe de Estado.

Em declarações os jornalistas na Casa Branca, após ter estado reunido na Sala de Crise, Biden revelou que pediu uma investigação "minuciosa e rápida".

O presidente pediu ao país para não "fazer suposições" sobre os motivos ou afiliações do alegado agressor.

Biden falou com Trump pouco depois do atentado, no que diz ter sido uma "curta mas boa conversa", garantindo que está sinceramente grato por Trump estar "bem e a recuperar", avançou a AP.

Lamentou também a morte do homem que se encontrava sentado na plateia e que foi atingido quando tentava proteger a mulher e a filha dos tiros.

Na sequência do ataque, Biden revelou que também deu instruções aos serviços secretos para rever todas as medidas de segurança para a Convenção Nacional Republicana, que começa esta segunda-feira em Milwaukee.

Entretanto, a equipa de campanha do presidente tenta gerir as implicações políticas de um ataque contra o homem que Biden espera derrotar nas eleições de novembro.

Nesse sentido, a Casa Branca anunciou que foi adiada a viagem ao Texas marcada para esta segunda-feira, onde Biden iria falar sobre o 60º aniversário da Lei dos Direitos Civis na biblioteca presidencial Lyndon B. Johnson.

A vice-presidente, Kamala Harris, juntou-se a Biden na reunião onde foram atualizadas as informações sobre este caso pelos principais investigadores, entre os quais o procurador-geral, Merrick Garland, o secretário do Departamento de Segurança Interna, Alejandro Mayorkas, e o diretor do FBI, Christopher Wray, avança a AP.

Também participaram o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, e o diretor dos Serviços Secretos dos EUA, Kim Cheatle, segundo a AP.

O próprio Trump apelou à unidade e à resiliência nacional, e os seus assessores garantiram que se encontrava "muito bem-disposto e de boa saúde".

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