Biden "mais forte" após manter o controlo do Senado reúne-se com Xi Jinping

O primeiro encontro entre ambos desde que Biden está na Casa Branca será à margem da cimeira do G20, em Bali.

O presidente dos EUA, Joe Biden, admitiu este domingo estar numa posição "mais forte" para a sua reunião na segunda-feira com o homólogo chinês, Xi Jinping, depois de os democratas terem conseguido manter o controlo do Senado. A maioria na Câmara dos Representantes continuava em aberto, mas a onda republicana que alguns antecipavam acabou por não se confirmar - apesar de eles serem os favoritos.

"Sinto-me bem e estou ansioso pelos próximos dois anos", disse Biden ainda no Camboja, na véspera do encontro com Xi à margem da cimeira do G20 em Bali, na Indonésia - onde o grande ausente é o líder russo, Vladimir Putin. "Sei que estou a chegar mais forte", referiu aos jornalistas. "Conheço Xi Jinping, ele conhece-me", explicou, dizendo que sempre tiveram "discussões sinceras". O líder chinês também chega ao encontro depois do Congresso do Partido Comunista Chinês, no qual reforçou o seu estatuto e abriu a porta a um histórico terceiro mandato à frente do país.

As expectativas são contudo baixas para este frente-a-frente, não estando sequer previsto um comunicado conjunto entre ambos. Este será o primeiro encontro entre os dois líderes em pessoa desde que Biden chegou à Casa Branca - estiveram juntos quando ele era vice-presidente de Barack Obama. Já mantiveram contudo pelo menos cinco contactos por videoconferência - o último dos quais em julho, dias antes da polémica visita da líder da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, a Taiwan.

Este encontro surge precisamente num momento em que a relação entre as duas potências está mais tensa. Washington e Pequim estão em desacordo em quase tudo, desde as questões comerciais aos temas de direitos humanos, passando por Taiwan ou o Mar do Sul da China. Biden disse que irá procurar estabelecer "linhas vermelhas" na relação com Pequim e conhecer quais são as essas mesmas linhas vermelhas dos chineses.

Um dos temas que o presidente norte-americano planeia discutir é a Coreia do Norte, numa altura em que o regime de Kim Jong-un tem repetido os testes com mísseis balísticos e intercontinentais - um deles caiu mais perto do que nunca da Coreia do Sul e outro sobrevoou o Japão. Analistas acreditam ainda que Pyongyang estará a preparar um teste nuclear, que seria o seu sétimo e o primeiro desde 2017. Pequim é o principal parceiro económico de Pyongyang. Seul, Tóquio e Washington prometem uma "resposta forte e resoluta" se os norte-coreanos realizarem esse teste.

Intercalares dos EUA

A reeleição da senadora Catherine Cortez Masto, no Nevada, após forte oposição do republicano Adam Laxalt garantiu que os democratas terão pelo menos 50 lugares no Senado e o controlo durante mais dois anos desta câmara - sem ser preciso esperar pela segunda volta na Geórgia, a 6 de dezembro. Em caso de empate a 50, cabe à vice-presidente Kamala Harris garantir o desempate.

A Câmara dos Representantes ainda está em aberto. Já foram eleitos 211 republicanos e 203 democratas, faltando ainda declarar o vencedor em 21 corridas. "Ainda achamos que temos hipótese de ganhar", disse Pelosi.

Com agências

susana.f.salvador@dn.pt

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