Avião militar lança bombas por engano sobre aldeia na Coreia do Sul

Avião militar lança bombas por engano sobre aldeia na Coreia do Sul

Incidente provocou sete feridos, quatro dos quais com gravidade, e ocorreu durante exercícios militares conjuntos de Coreia do Sul e Estados Unidos em Pocheon.
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A força aérea da Coreia do Sul informou esta quinta-feira que um avião de combate lançou por engano oito bombas que explodiram num local errado durante um exercício militar, o que resultou no ferimento de sete civis, quatro dos quais com gravidade.

“Oito bombas MK-82 foram lançadas de forma anómala por um avião KF-16 da força aérea, explodindo fora do perímetro previsto”, indicou a força aérea em comunicado.

O incidente ocorreu durante as 10:00 locais (1:00 em Lisboa) em Pocheon, no norte do país, a cerca de 25 quilómetros da fronteira com a Coreia do Norte.

Segundo a mesma nota, a aeronave participava num “exercício conjunto com munições reais, organizado com a força aérea e o exército”.

A agência de notícias sul-coreana Yonhap detalha que o incidente ocorreu durante exercícios conjuntos da Coreia do Sul e os Estados Unidos em Pocheon.

“As bombas provavelmente caíram numa aldeia durante um exercício entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul”, indicou, por sua vez, a proteção civil sul-coreana.

Além dos sete feridos, o incidente provocou “danos materiais” numa igreja e em duas casas.

Tropas sul-coreanas e norte-americanas iniciam exercícios militares anuais conjuntos na próxima semana, anunciou esta quinta-feira Seul, dias após a Coreia do Norte ameaçar com demonstrações de alto nível contra o que chamou de escalada da agressão liderada pelos EUA.

As forças sul-coreanas e norte-americanas participarão no exercício Freedom Shield, um treino de posto de comando simulado por computador, com exercícios militares no terreno, de segunda-feira a 20 de março, informou o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul num comunicado.

Segundo o comunicado, o exercício "Escudo da Liberdade" implicará respostas a desafios em evolução, como a crescente parceria militar da Coreia do Norte com a Rússia.

A Coreia do Norte considera os treinos militares de larga escala entre a Coreia do Sul e os Estados Unidos como um ensaio de invasão e responde frequentemente com testes de mísseis e uma retórica inflamada.

A Coreia do Norte não respondeu ao anúncio, mas, no início desta semana, Kim Yo Jong, a influente irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, acusou os Estados Unidos de intensificarem as ações de confronto e ameaçou aumentar as medidas "que ameaçam a segurança do inimigo a nível estratégico".

Kim Yo Jong citou o recente destacamento temporário de meios estratégicos norte-americanos, como um porta-aviões e bombardeiros de longo alcance, na Coreia do Sul e outras atividades militares com a participação dos Estados Unidos.

De acordo com observadores, a Coreia do Norte poderá testar mísseis poderosos, com capacidade nuclear, destinados a atingir o território continental dos Estados Unidos e as bases militares norte-americanas na região.

O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump afirmou já que irá contactar novamente Kim Jong Un para imprimir uma nova dinâmica diplomática entre os dois países.

A Coreia do Norte não respondeu diretamente à abordagem de Trump, argumentando que as hostilidades dos Estados Unidos contra o país se aprofundaram desde a tomada de posse de Trump, em 20 de janeiro.

Kim Jong Un e Trump reuniram-se três vezes, em 2018 e 2019, para discutir os benefícios económicos e políticos que a Coreia do Norte receberia em troca de enveredar pelo desarmamento nuclear.

Este impulso diplomático acabou por se desmoronar depois de Trump ter rejeitado a oferta de Kim de desmantelar o seu principal complexo nuclear, um passo limitado de desnuclearização, em troca de um amplo alívio das sanções.

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