Autoridades ucranianas vasculham mosteiros à procura de "atividades subversivas"

As buscas visaram instalações ligadas à Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo, incluindo o Mosteiro das Cavernas de Kiev.

Os serviços de segurança da Ucrânia (SBU) vasculharam vários mosteiros em diferentes cidades, incluindo Kiev, para encontrar alegadas "atividades subversivas" a cargo dos interesses russos.

As buscas visaram instalações ligadas à Igreja Ortodoxa Ucraniana do Patriarcado de Moscovo, incluindo o Mosteiro das Cavernas de Kiev, declarado Património da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO).

As autoridades também alargaram as suas operações à região de Rivne, no oeste da Ucrânia, com o objetivo de localizar possíveis stocks de armas ou esconderijos de espiões.

A Igreja Ortodoxa tentou nos últimos meses distanciar-se de possíveis simpatias por Moscovo, afastando-se assim da ofensiva militar iniciada em fevereiro.

Mas, no entanto, a SBU arrancou uma investigação após uma música cantada num culto ter defendido o despertar da "Mãe Rússia".

O porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, acusou Kiev de estar a fazer perseguição religiosa.

Na sua opinião, as buscas em mosteiros é "mais um elo na cadeia de ações militares contra a ortodoxia russa", de acordo com órgãos oficiais.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas - mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.595 civis mortos e 10.189 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

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