Autoridades ucranianas fazem buscas em mosteiro da Igreja Ortodoxa em Kiev

Buscas tiveram como objetivo evitar que o mosteiro fosse utilizado como um "centro do mundo russo" ou um abrigo para "grupos de sabotagem". Kremlin fala no capítulo mais recente da "guerra" de Kiev contra a igreja ortodoxa russa.

Os serviços secretos da Ucrânia (SBU) anunciaram esta terça-feira que foram realizadas buscas num histórico mosteiro ortodoxo em Kiev devido à suspeita de ligações com agentes russos. O Kremlin já reagiu ao considerar as buscas como sendo parte do capítulo mais recente da "guerra" de Kiev contra a igreja ortodoxa russa.

Localizado ao sul do centro da cidade, o Pechersk Lavra de Kiev, do século XI, é um Património Mundial da UNESCO e é a sede de um ramo da Igreja Ortodoxa da Ucrânia que estava anteriormente sob a jurisdição de Moscovo.

Cortou relações com a Rússia logo após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Os serviços secretos ucranianos afirmaram, em comunicado, que foram realizadas "medidas de contraespionagem" que fazem parte do trabalho para "combater as atividades subversivas dos serviços de segurança russos na Ucrânia".

As buscas tiveram como objetivo evitar que o mosteiro fosse utilizado como um "centro do 'mundo russo'", um abrigo para "grupos de sabotagem", de inteligência e para cidadãos estrangeiros e um armazém de armas, acrescentou o comunicado.

No início da terça-feira, um carro da polícia estava estacionado em frente ao mosteiro, com as cúpulas douradas brilhantes cobertas de neve, relatou um jornalista da AFP.

Policiais armados foram vistos a realizar verificações de identidade e revistar as malas dos fiéis antes de os deixar entrar no Pechersk Lavra de Kiev.

"A Ucrânia está em guerra há muito tempo com a Igreja Ortodoxa Russa", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas. "Podemos ver isto como mais um elo na cadeia destas ações militares contra a ortodoxia russa."

Um porta-voz da Igreja Ortodoxa Russa classificou as buscas como sendo um "ato de intimidação" contra os fiéis ucranianos. "Oramos pelos nossos companheiros crentes... que estão a tornar-se vítimas da ilegalidade e pedimos a todas as pessoas solidárias que façam o possível para impedir esta perseguição", disse Vladimir Legoyda nas redes sociais.

A SBU avançou ainda que "as medidas de segurança" foram realizadas na terça-feira em dois outros mosteiros e na diocese na região de Rivne, no noroeste da Ucrânia.

Mais Notícias

Outros Conteúdos GMG