Ativistas anti-Kremlin e mulheres de soldados ucranianos pedem ajuda ao Papa

"O Papa apenas disse que rezaria por nós", disse Kateryna Prokopenko após o encontro com o Papa.
Publicado a
Atualizado a

Um grupo de mulheres de soldados ucranianos e ativistas anti-Kremlin, Pyotr Verzilov, encontrou-se com o Papa Francisco na quarta-feira no Vaticano, pedindo-lhe para "salvar a vida" de seus entes queridos que lutam contra as forças russas na siderúrgica Azovstal, em Mariupol.

"Pedimos que ele viesse à Ucrânia, para falar com o presidente russo Vladimir Putin e para lhes dizer 'deixe-os ir'. O Papa apenas disse que rezaria por nós", disse Kateryna Prokopenko após encontro.

O seu marido, Denis Prokopenko, é um dos líderes do regimento Azov, um antigo batalhão de extrema-direita que se tornou unidade da Guarda Nacional e lidera a defesa da siderúrgica Azovstal na cidade portuária de Mariupol, no sul da Ucrânia.

"Esperamos que esta reunião nos dê a oportunidade de salvar as suas vidas. Estamos prontos para as ações do papa, da sua delegação, os nossos soldados estão prontos para serem evacuados para um terceiro país", afirmou Prokopenko.

As mulheres dos soldados disseram que o seu encontro com o Papa Francisco durou cerca de cinco minutos e ocorreu após sua audiência geral semanal na Praça de São Pedro.

Esteve presente Verzilov, um associado do grupo punk Pussy Riot e também editor da Mediazona, numa publicação online independente que escreve sobre processos judiciais e abusos de direitos de prisioneiros, entre outros assuntos.

Yulia Fedosiuk, outro membro do grupo de esposas de soldados ucranianos, afirmou que foi dito ao papa que "700 dos nossos soldados estão feridos".

"Muitos deles estão mortos, não podemos enterrá-los. Pedimos ao Papa que os ajudasse, que fosse uma terceira entidade nesta guerra para que eles possam passar pelo corredor humanitário", disse. "Ele disse-nos que ia rezar por nós e que está a fazer tudo" o que pode.

Yulia acrescentou que na siderurgia, "as condições são terríveis, sem comida, sem água, sem condições médicas - o último hospital foi destruído pelas bombas russas - e com muitos soldados mortos".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt