Khamenei está fechado num 'bunker' e israelitas deram-lhe última hipótese para desmantelar programa nuclear

Terceiro dia de ataques marcado pela notícia de que Trump vetou o plano para eliminar o líder supremo do Irão. Vários feridos no ataque israelita ao Ministério dos Negócios Estrangeiros em Teerão.
Khamenei está fechado num 'bunker' e israelitas deram-lhe última hipótese para desmantelar programa nuclear
FOTO: EPA/ATEF SAFADI

Jornal iraniano diz que Ali Khamenei está fechado num bunker e que foi poupado por Israel

O portal Iran International relata este domingo que o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, foi transferido para um bunker subterrâneo na cidade de Lavizan, localizada a nordeste de Teerão, algumas horas depois de Israel ter iniciado os seus ataques na manhã de sexta-feira.

Este jornal cita duas fontes "bem informadas" no Irão, acrescentando que todos os membros da família estão com ele.

O Iran International cita ainda uma fonte diplomática no Médio Oriente que refere ter sido o ataque aéreo israelita em Mashhad, este domingo, um aviso a Ali Khamenei, para que não se sinta seguro em nenhum lugar do país.

A mesma fonte diz que Israel poderia ter eliminado o líder supremo do Irão na primeira noite da operação, mas optou por mantê-lo vivo para lhe dar uma última hipótese para desmantelar o programa de enriquecimento de urânio iraniano.

Irão garante que ataques terminam se Israel parar ofensiva. Diz estar a exercer direito legítimo de autodefesa

A diplomacia do Irão garantiu este domingo, 15 de junho, que os ataques a Israel acabarão de imediato caso Telavive também termine com a ofensiva. Enquanto isso, Donald Trump afirma que o conflito pode terminar facilmente e alerta Teerão para não atacar nenhum alvo norte-americano.

“Se a agressão acabar, as nossas respostas também acabam”, garantiu o ministro das Relações Exteriores do Irão, Abbas Araghchi, na sua primeira aparição pública desde o início dos ataques israelitas, na sexta-feira, depois de uma nova onda de ataques aéreos do Irão ter atingido vários locais em Israel, incluindo Jerusalém e Telavive, causando pelo menos dez mortos e mais de 150 feridos.

O ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano afirmou que o seu país está a exercer um "direito legítimo" de autodefesa e recordou que os ataques israelitas contra as instalações nucleares representam uma violação das Convenções de Genebra e uma "invasão do território iraniano".

Abbas Araghchi afirmou que o Irão respondeu aos ataques israelitas com base no princípio da defesa territorial, frisando tratar-se de "um direito legítimo de qualquer país, defender-se contra a agressão”.

“E foi isso que as nossas forças armadas começaram a fazer há duas noites", disse, acrescentando que o principal alvo do Irão não é a população civil de Israel, mas as suas infraestruturas "militares e económicas".

O ministro lembrou também que o ataque israelita ocorreu no meio de conversações indiretas com os Estados Unidos (que acusou de cumplicidade nos ataques israelitas) sobre o programa nuclear da República Islâmica, o catalisador deste conflito, descrevendo-o como uma manobra para sabotar as negociações.

"Israel não quer negociações, e um ataque ao Irão no meio destas demonstra a oposição do regime israelita a quaisquer negociações. Isto aconteceu repetidamente em anos anteriores. Sabotou as negociações e os Estados Unidos cederam-lhe", acrescentou Araqchi.

O MNE iraniano afirmou, igualmente, que o ataque de Israel a uma importante instalação de gás nas margens do Golfo tinha como objetivo "expandir a guerra para além" do Irão.

"Alargar o conflito à região do Golfo Pérsico é um grande erro estratégico, provavelmente deliberado, que visa estender a guerra para além do território iraniano", disse Araghchi aos diplomatas estrangeiros, referindo-se ao ataque de sábado à refinaria de South Pars, no sul do país.

O ministro disse também “estar absolutamente convencido” de que o Presidente Donald Trump estava plenamente consciente do plano israelita e disse ter "provas sólidas".

“Examinámos a situação de perto e temos muitas provas de como as forças americanas ajudaram o regime, mas mais importante do que as nossas provas são as declarações de Trump, que expressou claramente o seu apoio em entrevistas e afirmou claramente que os EUA são parceiros nestes ataques e devem assumir a responsabilidade", disse o ministro.

Donald Trump alerta Teerão para não atacar alvos norte-americanos

O presidente norte-americano, Donald Trump, manifestou total apoio às ações de Israel e alertou o Irão de que o país só poderá evitar mais destruição se concordar com um novo acordo nuclear.

Trump avisou o Irão que os militares norte-americanos responderiam com "força total" em caso de ataque e reafirmou que Washington "não tinha nada a ver" com a ofensiva israelita.

"Podemos facilmente chegar a um acordo entre o Irão e Israel e pôr fim a este conflito sangrento!", acrescentou Donald Trump.

Pelo menos 10 mortos em Israel na última vaga de ataques

Segundo o Crescente Vermelho iraniano, os bombardeamentos israelitas que começaram na sexta-feira já fizeram mais de uma centena de mortos e 800 feridos. Na última noite, os ataques iranianos terão feito, pelo menos, 10 vítimas mortais.

O serviço de emergência Magen David Adom (MDA) disse que acorreu a dois locais atingidos por mísseis iranianos: um no centro de Israel e outro nas terras baixas de Shephelah, a oeste de Jerusalém.

No primeiro, os paramédicos do MDA registaram quatro mortes: uma mulher de 69 anos, uma mulher de 80 anos e duas crianças com cerca de 10 anos. Além disso, houve cerca de 100 feridos, incluindo quatro em estado grave.

As autoridades informaram que continuam as buscas por vítimas sob os escombros dos edifícios afetados, um dos quais tinha oito andares, pelo que o número de mortes e feridos pode aumentar.

Nas terras baixas de Shephelah, o Ministério da Defesa informou ter tratado duas pessoas com ferimentos graves, 12 com ferimentos moderados e 23 com ferimentos ligeiros, num total de 37 pessoas afetadas.

A polícia israelita mencionou ainda "dezenas de feridos" e a morte de duas mulheres em Bat Yam, a sul de Telavive, no distrito de Dan, onde dois projécteis iranianos atingiram edifícios, um deles de oito andares.

Esta foi a sexta vaga de ataques lançada pelo Irão em resposta aos três dias de ofensiva do Governo do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu contra o país persa, que começou na sexta-feira.

O exército israelita disse este domingo que continua a atacar o Irão e que, nas últimas horas, atingiu armazéns e estruturas de lançamento de mísseis no oeste da República Islâmica.

Israel lançou este domingo ataques aéreos contra o Irão pelo terceiro dia consecutivo e ameaçou usar ainda maior força, uma vez que alguns mísseis iranianos escaparam às defesas aéreas israelitas e atingiram edifícios no coração do país. As negociações planeadas sobre o programa nuclear iraniano, que poderiam proporcionar uma saída, foram canceladas.

O exército israelita, numa publicação nas redes sociais, alertou os iranianos para que evacuassem as fábricas de armamento, sinalizando o que poderá ser um novo alargamento da campanha.

Israel e o Irão estão em guerra desde a madrugada de sexta-feira, quando Telavive bombardeou instalações militares e nucleares iranianas causando pelo menos 78 mortos, incluindo lideranças militares e cientistas, e 320 feridos, segundo a única contagem oficial de vítimas apresentada até agora pelas autoridades iranianas, que não inclui eventuais novas vítimas de hoje e de sábado.

Entre os mortos, contam-se pelo menos oito oficiais superiores, incluindo o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, general Mohamad Hossein Baqari, o Comandante-em-Chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, Hossein Salami, e o chefe da Força Aeroespacial da Guarda Revolucionária, general Amir Ali Hajizadeh.

Os ataques israelitas, efetuados por 200 aviões contra uma centena de alvos, atingiram sobretudo Teerão (norte) e incluem instalações nucleares, como as centrais de enriquecimento de urânio de Fordo e Natanz (centro), o aeroporto nacional de Mehrabad e várias bases militares.

O Irão iniciou a sua retaliação na sexta-feira à noite e realizou, até agora, pelo menos seis ataques com centenas de mísseis direcionados às cidades de Telavive e Jerusalém, que fizeram pelo menos 16 mortos e 150 feridos, número já atualizado com os de este último ataque.

Khamenei está fechado num 'bunker' e israelitas deram-lhe última hipótese para desmantelar programa nuclear
"Queda de Assad na Síria foi machadada muito forte para o Irão. E não foi dada por Israel e sim pela Turquia"
Khamenei está fechado num 'bunker' e israelitas deram-lhe última hipótese para desmantelar programa nuclear
Israel ataca Teerão e Irão responde. Fontes israelitas admitem ter como alvo o líder supremo iraniano

Ministro israelita diz que ataques vão continuar

O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Gideon Saar, afirmou este domingo, 15 de junho, durante uma conversa com o seu homólogo alemão, Johann Wadephul, que o país continuará a sua campanha militar contra o Irão porque “ainda há objetivos importantes a cumprir”.

“Durante uma conversa esta manhã (...), o ministro Saar afirmou que a operação das Forças de Defesa de Israel (IDF) no Irão irá prosseguir, pois ainda restam alvos significativos por atingir”, detalhou o gabinete do ministro israelita em comunicado.

Estas declarações do responsável israelita surgem depois de o ministro dos Negócios Estrangeiros do Irão, Abbas Araghchi, ter garantido que os ataques a Israel acabarão de imediato caso Telavive também termine com a ofensiva.

Gideon Saar agradeceu a Johann Wadephul o apoio da Alemanha a Israel e sublinhou que os ataques israelitas têm visado infraestruturas militares e nucleares no Irão, enquanto a República Islâmica tem atacado “deliberadamente civis” nos seus bombardeamentos de retaliação.

Nas últimas horas, as forças israelitas continuaram a atacar depósitos e estruturas de lançamento de mísseis no oeste do Irão e abateram pelo menos sete drones que ativaram os alarmes no norte de Israel, informou o exército.

Polícia iraniana deteve dois presumíveis agentes da Mossad

A polícia iraniana anunciou este domingo, 15 de agosto, a detenção de duas pessoas suspeitas de terem ligações com os serviços secretos estrangeiros de Israel, Mossad.

Os dois detidos, no condado de Savjbolagh, a noroeste da capital iraniana, estavam na posse de material de fabrico de bombas e de equipamento eletrónico.

“Graças aos esforços dos serviços secretos da polícia provincial de Alborz, foram detidos dois membros do grupo terrorista Mossad”, declarou a polícia iraniana num comunicado divulgado pelos meios de comunicação social locais.

As autoridades não comunicaram as suas identidades ou nacionalidades.

Meios de comunicação social norte-americanos, como o Axios, informaram que agentes da Mossad no terreno estiveram envolvidos no início da ofensiva israelita contra o Irão nas primeiras horas da manhã de sexta-feira, mas Teerão não o confirmou.

França, Alemanha e Reino Unido propõem negociações sobre programa nuclear com Teerão

França, Alemanha e Reino Unido propuseram retomar as negociações nucleares com o Irão, no terceiro dia de conflito armado com Israel.

“A Alemanha, juntamente com a França e o Reino Unido, está pronta. Oferecemos negociações imediatas sobre o programa nuclear. Espero que a oferta seja aceite”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, numa entrevista à rede ARD, horas depois de o Presidente da França, Emmanuel Macron, ter falado com o seu homólogo iraniano, Masoud Pezeshkian, para se pronunciar nos mesmos termos.

“O programa nuclear do Irão é uma grave preocupação e deve ser resolvido através da negociação. Por isso, convidei o Presidente Pezeshkian a regressar rapidamente à mesa das negociações para chegar a um acordo, a única via viável para a desescalada”, afirmou Macron numa mensagem publicada na sua conta do X.

“Estamos dispostos a contribuir e a mobilizar todos os nossos esforços para alcançar esse objetivo”, acrescentou. Disse ainda que aproveitou para pedir a libertação de dois franceses detidos no Irão, Cécile Kohler e Jacques Paris, e exigiu ao seu homólogo proteção para as sedes diplomáticas, o pessoal e os cidadãos franceses no país.

O Irão não se pronunciou sobre esta oferta e, nas últimas horas, denunciou o apoio que a Alemanha deu às operações israelitas: o próprio ministro Wadephul reivindicou o direito de Israel se defender perante a possibilidade de o Irão acabar por fabricar uma arma nuclear, algo que Teerão negou inúmeras vezes.

Numa mensagem publicada na rede X, o porta-voz dos Negócios Estrangeiros de Teerão, Esmail Baqaei, lamentou a posição da Alemanha e apelou à História como exemplo.

“Perguntem aos sobreviventes dos refugiados polacos e franceses que receberam passaportes iranianos para se protegerem de Hitler. Aqueles que estão perpetuamente do lado errado da História, é melhor que agora fiquem em silêncio”, concluiu.

Mais sete oficiais iranianos mortos

A Guarda Revolucionária Iraniana anunciou hoje a morte de mais sete oficiais militares de alto escalão, em ataques israelitas, elevando para 15 o número de comandantes mortos nos últimos dias.

Os oficiais seriam, segundo a mesma fonte, membros da Força Aeroespacial do Irão, estrutura que gere o programa de mísseis e ‘drones’ do país.

De acordo com a Guarda Revolucionária Iraniana, Mahmoud Bagheri, Davood Sheikhiyan, Mohammad Taherpour, Mansour Safarpour, Masoud Tayeb, Khosro Hassani e Javad Jarsora foram mortos na sexta-feira.

Terão morrido num ataque que matou o comandante-chefe da força, o general Amir Ali Hajizadeh.

Telavive confirma ataque a instalações nucleares iranianas em Isfahan

O exército de Israel confirmou este domingo, 15 de junho, ter atacado instalações nucleares iranianas em Isfahan, no centro do Irão, após a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) ter indicado no sábado à noite que quatro edifícios críticos sofreram danos.

“As Forças de Defesa de Israel (IDF) atacaram uma instalação nuclear iraniana em Isfahan, um centro estratégico importante”, anunciou o porta-voz militar israelita, coronel Avichay Adraee, na rede social X.

Num comunicado divulgado no sábado, a AIEA confirmou que quatro edifícios críticos foram danificados, especificando que entre eles se encontram uma instalação de conversão de urânio e uma fábrica de placas de combustível nuclear.

Este domingo, Avichay Adraee acrescentou que os bombardeamentos atingiram também “laboratórios e instalações de contenção”, embora não tenha especificado a data exata dos ataques.

“As Forças de Defesa continuarão a atacar as capacidades nucleares iranianas para eliminar a ameaça que representam”, afirmou o coronel.

Papa apela à paz no Médio Oriente, Ucrânia e noutros locais do mundo

O Papa Leão XIV apelou este domingo, 15 de junho, à paz no Médio Oriente, na Ucrânia e noutros locais do mundo, e lembrou o recente massacre na Nigéria, onde morreram cerca de 200 pessoas, a maioria abrigada numa missão católica.

“Continuemos a rezar pela paz no Médio Oriente, na Ucrânia e em todo o mundo", pediu o Papa na oração do Angelus, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Leão XIV começou por referir a Birmânia, onde, “apesar do cessar-fogo, os combates continuam e causam mesmo danos nas infraestruturas civis”. Instou todas as partes a seguirem “o caminho do diálogo, que é o único que pode levar a uma solução pacífica e estável”.

O chefe de Estado do Vaticano recordou ainda que na noite de sexta-feira para sábado, na cidade de Yelewata, estado de Benue, na Nigéria, “ocorreu um terrível massacre em que foram assassinadas com extrema crueldade cerca de 200 pessoas”. “A maioria delas eram deslocados internos abrigados pela missão católica local", afirmou Leão XIV, que disse rezar “para que a segurança, a justiça e a paz prevaleçam na Nigéria, um país amado e tão afetado por diversas formas de violência".

O líder da Igreja Católica lembrou também as “comunidades cristãs rurais do Benim, vítimas de violência”, e a República do Sudão, “devastada pela violência há dois anos”.

“Renovo o meu apelo aos combatentes para que deixem proteger os civis e se envolvam no diálogo pela paz”, declarou Leão XIV, exortando “a comunidade internacional a redobrar os seus esforços para prestar, pelo menos, a ajuda essencial à população duramente atingida pela grave crise humana”.

França não mobilizou “neste momento” recursos militares

A França não mobilizou “neste momento” recursos militares para ajudar Israel a intercetar mísseis iranianos que visam o seu território, afirmou este domingo, 15 de junho, o Ministro das Relações Exteriores francês, Jean-Noël Barrot.

“Neste momento, e dada a natureza e a trajetória dos ataques iranianos contra Israel, os recursos militares franceses não foram mobilizados”, disse o governante à rádio RTL.

O presidente francês, Emmanuel Macron, avançou, na sexta-feira, que, em caso de represálias do Irão, a França poderá participar “nas operações de proteção e defesa” de Israel, “se estiver em condições de o fazer”.

“Assinalei a nossa disponibilidade nesse sentido”, afirmou Macron, no mesmo dia em que anunciou o adiamento da conferência da ONU sobre o Estado palestiniano, prevista para a próxima semana em Nova Iorque, “por razões logísticas e de segurança”.

O responsável frisou, no entanto, que não está em causa qualquer envolvimento francês em ações ofensivas. “Não é esse o nosso papel”, concluiu.

Novas explosões ouvidas na capital iraniana

Novas explosões foram ouvidas este domingo, 15 de junho, em Teerão, capital do Irão, no terceiro dia de um ataque israelita em grande escala contra a República Islâmica, avançou um jornalista da agência AFP no local.

Os meios de comunicação social iranianos, Khabar Online e Ham Mihan, noticiaram que os sistemas de defesa aérea no oeste e noroeste de Teerão tinham sido ativados “para contrariar novos ataques”, enquanto o diário iraniano Shargh transmitiu um vídeo que mostrava colunas de fumo no leste da capital.

Alemanha diz que Teerão "nunca deverá ter armas nucleares"

O chanceler alemão, Friedrich Merz, sublinhou este domingo, 15 de junho, que o Irão "nunca deverá ter armas nucleares", durante uma reunião com o sultão de Omã, disse o porta-voz do Governo em Berlim.

Ao mesmo tempo, Merz enfatizou o seu desejo, partilhado com o sultão Haitham bin Tarik al-Said, de "impedir uma extensão do conflito" através de esforços diplomáticos, acrescentou o porta-voz do executivo alemão, Stefan Kornelius, em comunicado.

A posição do chanceler alemão surge na mesma linha da transmitida pela diplomacia da União Europeia.

"A UE sempre foi clara: o Irão nunca deve ser autorizado a adquirir uma arma nuclear", disse a chefe da diplomacia europeia, Kaja Kallas, numa mensagem nas redes sociais, no sábado, após ter conversado com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi.

Para a alta representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, "o risco de uma nova escalada na região é perigosamente alto".

"A diplomacia deve prevalecer", instou Kaja Kallas, acrescentando: "Somente a diplomacia pode levar a uma solução duradoura. A UE está pronta para apoiá-la".

Netanyahu promete que Teerão pagará "preço elevado" por matar civis

O primeiro-ministro israelita afirmou este domingo, 15 de junho, que o Irão "pagará um preço elevado por matar civis", após a morte de 13 pessoas nos últimos dias nos ataques iranianos contra Israel.

"O Irão pagará um preço elevado por matar intencionalmente civis, mulheres e crianças. Alcançaremos o nosso objetivo de uma só vez", disse Benjamin Netanyahu, durante uma visita à cidade de Bat Yam, nos arredores de Telavive, onde um míssil atingiu um edifício na noite passada, matando pelo menos seis pessoas.

Netanyahu dirigiu-se ao local onde um edifício de dez andares, agora quase destruído e com a fachada completamente aberta, foi atingido no sábado à noite por um míssil balístico.

ABIR SULTAN/EPA

O chefe do Governo expressou pesar “pela perda de vidas” e exortou a população a seguir as diretrizes de segurança.

“Quem as ouviu e cumpriu, e se encontrava numa zona protegida, salvou-se. Quem não o fez, infelizmente, ficou ferido”, disse o governante.

O primeiro-ministro estava acompanhado pelos ministros da Defesa, Israel Katz, e da Energia e pelos comissários da Polícia, Bombeiros e Resgate, além das autoridades locais de Bat Yam.

O Presidente israelita, Isaac Herzog, também esteve presente no local e reiterou que o objetivo de Israel com esta ofensiva aérea sem precedentes contra o Irão é “mudar a realidade no Médio Oriente”.

Herzog acusou a República Islâmica de armar outros inimigos regionais e de desenvolver a sua capacidade nuclear, “a mais perigosa para a humanidade”.

No entanto, de acordo com o meio de comunicação norte-americano Axios, Israel não dispõe das bombas "anti-bunker" ou dos grandes bombardeiros necessários para destruir a central de enriquecimento de urânio iraniana Fordo, construída numa montanha a grande profundidade, pelo que está a pedir aos Estados Unidos que se envolvam na ofensiva.

Esta mesma mensagem foi partilhada por Netanyahu, que se questionou, de forma hiperbólica, o que poderia acontecer se o Irão conseguisse não um, mas 20.000 mísseis nucleares.

“Uma ameaça existencial para Israel. É por isso que embarcamos numa guerra de salvação contra uma dupla ameaça de aniquilação, e estamos a fazê-lo com vigor, com os nossos soldados, os nossos pilotos nos céus do Irão”, acrescentou.

Voltam a ouvir-se sirenes em Israel

As Forças de Defesa de Israel (IDF) informaram que as sierenes voltaram a tocar um pouco por todo o território perante a identificação de mísseis lançados pelo Irão, naquela que foi a sétima vafa de ataques iranianos.

"Os sistemas de defesa estão a operar para intercetar a ameaça", indicaram as Forças Armadas, enquanto soavam sirenes de ataque aéreo em Jerusalém e noutras partes do país.

Cerca de meia hora depois, a população foi autorizada a deixar os abrigos.

Mais tarde, o exército israelita confirmou que "vários mísseis foram lançados do Irão em direção ao Estado de Israel" e que "a maioria deles foi intercetada e não houve relatos de queda de projéteis".

Nos momentos que antecederam o ataque iraniano, aviões israelitas atacavam Teerão, atingindo o quartel do Comando da Polícia da capital e várias zonas residenciais, entre outros.

Teerão atualiza balanço de vítimas: pelo menos 128 mortos e 900 feridos entre sexta e sábado

Pelo menos 128 pessoas morreram no Irão, e cerca de 900 ficaram feridas em ataques israelitas na sexta-feira e no sábado, disse o Ministério de Saúde iraniano.

O porta-voz do Ministério, Hossein Kermanpour, indicou que os números são muito provisórios, dado que as equipas de resgate ainda estão a vasculhar os escombros, de acordo com a imprensa iraniana.

Dos cerca de 900 feridos hospitalizados, cerca de 230 já tiveram alta, acrescentou o porta-voz.

Entre os mortos, contam-se pelo menos 15 oficiais superiores.

Trump diz que Israel e Irão "chegarão a um acordo" graças a ele

O presidente dos Estados Unidos garantiu este domingo que Israel e Irão "chegarão a um acordo". Numa publicação na rede social Social Truth, Donald Trump afirmou que será graças a ele que isso acontecerá.

Trump elenca uma série de tensões recentes que, segundo afirma, são exemplos de como ele conseguiu encontrar soluções: Índia/Paquistão, Sérvia/Kosovo, Egito/Etiópia.

"Da mesma forma, teremos PAZ, em breve, entre Israel e o Irão!", escreveu. "Eu faço muita coisa e nunca recebo crédito por nada, mas tudo bem, o POVO compreende. FAÇAM O MÉDIO ORIENTE GRANDE NOVAMENTE!", rematou.

Merz diz que "é fundamental" que o Irão não tenha armas nucleares

O chanceler alemão Friedrich Merz disse, à margem da reunião do G7 no Canadá, que é "fundamental" que o Irão "não desenvolva ou possua armas nucleares".

O governante alemão justifica que "o progresso do Irão em direção às armas nucleares levou Israel a atacar alvos militares na sexta-feira", uma vez que "seria uma ameaça a Israel, ao Médio Oriente e à comunidade internacional como um todo".

Trump vetou plano de Israel para matar líder supremo do Irão

Donald Trump vetou o plano dos israelitas para matar o líder supremo do Irão, o ayatollah Ali Khamenei, de acordo com fontes norte-americanas citadas pela agência Reuters.

"Os iranianos já mataram algum americano? Não. Até que o façam, nem falamos em perseguir a liderança política", garantiu um alto funcionário do governo dos Estados Unidos.

Esta informação foi negada por Bejnamin Netanyahu em entrevista à Fox News. "Há tantos relatos falsos de conversas que nunca aconteceram. Não vou entrar nesse assunto, mas posso dizer que faremos o que for preciso. E acho que os Estados Unidos sabem o que é bom para si mesmos", sublinhou, garantindo que os ataques vão terminar quando Israel "remover" a capacidade nuclear do Irão.

Netanyahu diz estar "totalmente coordenado" com Trump

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu garantiu hoje, em entrevista à estação de televisão norte-americana Fox News, que está "totalmente coordenado" com Donald Trump neste conflito com o Irão.

Sem querer revelar se pediu aos Estados Unidos bombas que destroem bunkers, sempre foi dizendo que Israel já danificou a capacidade nuclear do Irão, com um ataque a uma central nuclear em Isfahan, no centro do país.

"Temos algumas cartas na manga, mas acho que não devo revelá-las", sublinhou, frisando que as forças israelitas "atrasaram bastante" a produção nuclear dos iranianos. "Acho que eles foram completamente surpreendidos", disse, acrescentando que Israel "pode atingir os alvos que precisa em Teerão e em outras regiões" do Irão.

Novo ataque do Irão com explosões ouvidas em Jerusalém e Telavive

As Forças de Defesa de Israel detetou uma nova série de mísseis balísticos lançados pelo Irão contra as cidades de Jerusalém e Telavive.

Foram ouvidas várias explosões nas duas cidades, provavelmente provocadas pelos mísseis que conseguiram ultrapassar o sistema de defesa israelita.

De acordo com o jornal Times of Israel, os serviços de emergência dirigem-se para os locais onde alguns mísseis caíram.

De momento, ainda não há notícias de vítimas.


Oito pessoas feridas nos ataques iranianos

Quatro pessoas ficaram feridas na sequência de um ataque iraniano com um míssil balístico no sul de Israel, que causou estragos em edifícios que se incendiaram.

Já no norte do país, em Haifa, outras quatro pessoas ficaram feridas devido aos estilhaços de outro míssil iraniano.

"Vários feridos" em ataque ao Ministério dos Negócios Estrangeiros do Irão

A agência de notícias estatal iraniana Tasnin avançou com a informação de que o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano foi atacado em Teerão.

O diplomata iraniano Saeed Khatibzadeh disse numa publicação na rede social X que "vários funcionários" do ministério ficaram feridos e "foram levados para o hospital".

Irão diz que morreram 224 pessoas desde o início dos ataques de Israel

O Ministério da Saúde do Irão revelou que morreram 224 pessoas em todo o país desde sexta-feira na sequência dos ataques israelitas, ou seja, mais 96 óbitos em relação ao último balanço realizado ontem ao meio-dia.

A mesma fonte revela que 1277 pessoas ficaram feridas nesses ataques.

Diário de Notícias
www.dn.pt