As armas que estão a ser usadas na guerra entre Rússia e Ucrânia

A invasão russa da Ucrânia é já o maior conflito na Europa desde a Segunda Guerra Mundial. A Rússia tem mostrado o seu poderio militar com ataques aéreos, rockets, artilharia e até recorrendo a mísseis hipersónicos. Kiev tem recebido o apoio do Ocidente, tendo os lançadores Javelin já se tornado numa das imagens da resistência ucraniana.
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As tropas russas têm usado aviões de guerra e mísseis de cruzeiro Kalibr, com um alcance estimado de entre 1500 e 2500 quilómetros, para atingir instalações um pouco por toda a Ucrânia. Moscovo tem utilizado também mísseis Iskander, que têm um alcance até 500 quilómetros e possuem uma ogiva mais poderosa, que pode destruir edifícios maiores. As tropas ucranianas contam com mísseis balísticos de curto alcance soviéticos OTR-21 Tochka, que têm pouca precisão, quando comparados com os modelos mais recentes do exército russo.

No dia 20 deste mês, a Rússia admitiu, pelo segundo dia consecutivo, ter usado mísseis hipersónicos na Ucrânia, desta vez para destruir uma reserva de combustível do exército ucraniano na região de Mykolayiv, no sul do país. O míssil balístico hipersónico Kinjal (punhal, em russo) e o míssil de cruzeiro Zircon pertencem a uma família de novas armas desenvolvidas pela Rússia, já descritas por Vladimir Putin como sendo invencíveis, pois supostamente são capazes de escapar a qualquer sistema de defesa.

Os lançadores múltiplos de rockets Grad, Smerch e Uragan, todos do tempo da União Soviética, foram desenhados para destruir grandes concentrações de tropas ou equipamentos militares. O exército russo também possui um vasto leque de unidades de artilharia da era soviética como os 2S7 Pion (203 mm de calibre), os 2S5 Giatsint-S (152 mm) e os 2S3 Akatsiya (152,4 mm), estranhamente todos eles batizados com nomes de flores (Peónia, Jacinto e Acácia, respetivamente). Já foram vistos a circular também os sistemas de lançamento múltiplo de rockets russos BM-21 Grad, BM-27 Uragan e BM-30 Smerch. A Ucrânia possui o mesmo tipo de lançadores múltiplos de rockets soviéticos e obuses usados por Moscovo, mas não tem armas de longo alcance mais sofisticadas de fabrico russo como os Kalibr ou os Kalibr.

Este termo é usado para descrever o armamento que cria explosões com elevadas temperaturas e pressões, sendo consideradas das mais brutais armas de guerra que existem. São também conhecidas como "bombas de vácuo", mas não criam um efeito de sucção de oxigénio. Entre as armas que têm sido vistas a ser levadas pelos russos em direção a Kiev estão os lançadores termobáricos TOS-1 e já foi confirmada a sua utilização na Ucrânia.

Mais de 25 países entregaram armas à Ucrânia para ajudar o país no seu esforço de guerra. Os Estados Unidos já enviaram milhares de milhões de dólares em mísseis, munições e outros itens e a União Europeia acordou um pacote de 500 milhões de euros para ajudar a armar a Ucrânia, uma estreia do bloco europeu. Imagens de tropas ucranianas a carregar lançadores de mísseis antitanques Javelin ao ombro têm corrido mundo, fazendo desta arma, particularmente útil em ações de guerrilha, um símbolo da resistência ucraniana à invasão russa - um meme que tem circulado nas redes sociais transformou-o num ícone religioso carregado por Maria Madalena, uma santa emblemática da igreja ortodoxa. Este míssil, de fabrico norte-americano, foi enviado aos milhares, até ao momento, por Estados Unidos e Estónia.

Os mísseis terra-ar Stinger também sido enviados pelos EUA, bem como por Dinamarca, Alemanha, Itália, Letónia e Países Baixos. Logo no início da invasão, os drones armados Baykar Bayraktar TB2, que a Turquia começou a vender à Ucrânia em 2019, efetuaram com sucesso ataques contra tanques e veículos blindados russos, mas desde então perderam alguma da sua eficácia pois a Rússia já montou defesas antiaéreas no terreno. Mesmo assim, no âmbito da ajuda internacional, Ancara já enviou um número não determinado destes drones. Washington ofereceu também a Kiev 100 drones Switchblade, conhecidos por "drones kamikaze", que explodem no impacto.

A Ucrânia recebeu armas portáteis antitanque de países como a Alemanha, Noruega e Suécia, sendo que os EUA já enviaram 6000 AT-4. Já o Reino Unido disponibilizou alguns milhares de mísseis antitanque NLAW, que pesam apenas 12,5 quilos e têm um metro de comprimento, o que facilita o seu uso pela infantaria. Em termos de meios aéreos, depois da oferta de caças MiG-29 feita pela Polónia ter sido bloqueada pelos Estados Unidos, a administração Biden enviou cinco helicópteros Mi-17.

ana.meireles@dn.pt

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