As alegrias no meio da tragédia. O resgate de sobreviventes debaixo dos escombros

Mais de 60 mil equipas de de busca e salvamento, incluindo especialistas de mais de 70 países, estão a trabalhar em missões de buscas e salvamento e remoção de escombros.

A cena comovente de um recém-nascido retirado vivo dos escombros está entre as mais marcantes das horas e dias que se seguiram ao terramoto na Síria e na Turquia, que já ceifou mais de 10 mil vidas.

Numa luta contra o tempo, até pelo frio que se faz sentir naquela região do globo, o resgate de pessoas debaixo dos escombros é uma alegria no meio da tragédia.

As equipas de emergência turcas conseguiram resgatar durante a madrugada desta quarta-feira uma mãe síria e a filha de dois anos, 44 horas depois de terem sido soterradas sob os escombros de um prédio destruído no sul da Turquia.

Depois de remover meticulosamente os escombros, as equipas alcançaram Imed Sabha, uma mãe síria de 33 anos, e a filha, Vafe, que foram levados para uma ambulância de maca e depois transferidas para um hospital próximo.

Horas antes, num outro distrito de Kahramanmaras, bombeiros vindos da cidade turca de Kayseri tinham retirado com vida Emin, uma criança de seis anos, dos escombros de um edifício.

Na Síria, moradores encontraram uma recém-nascida a chorar, ainda ligada pelo cordão umbilical à mãe, que já estava morta. A bebé foi o único membro da família a sobreviver ao desabamento de um prédio na pequena cidade de Jinderis, disseram familiares à agência Associated Press.

Segundo as equipas de resgate, a bebé terá nascido já sob os escombros depois de o sismo ter destruído um prédio de quatro andares em Jandairis, localidade síria duramente afetada pelo tremor de terra.

A bebé foi a única sobrevivente de uma família cujos membros acabaram todos por morrer após o desabamento do prédio - o pai, Abdallah Mleihan, a mãe, Aafra, três irmãs, um irmão e uma tia.

O último balanço provisório dos sismos que atingiram a Turquia e a Síria, na segunda-feira, indica a morte de mais de 9600 pessoas, no conjunto dos dois países.

A Autoridade de Gestão de Desastres e Emergências turca indicou que cerca de 60.200 membros das equipas de busca e salvamento, incluindo especialistas de mais de 70 países e de organizações não-governamentais, estão a trabalhar em missões de buscas e salvamento e remoção de escombros, no âmbito de um dispositivo que conta com mais de 100 aviões e helicópteros destacados.

As primeiras equipas de resgate estrangeiras chegaram na terça-feira. A União Europeia (UE) mobilizou 1.185 equipas de resgate e 79 cães de busca para a Turquia de 19 Estados-membros, incluindo França, Alemanha e Grécia.

Um avião de transporte militar da Coreia do Sul partiu esta quarta-feira para a Turquia com 118 socorristas do exército, equipamento e material, avançou o Ministério da Defesa Nacional sul-coreano, num comunicado.

Também esta quarta-feira, a Austrália anunciou o envio para a Turquia de mais de 70 especialistas para ajudar nas tarefas de busca e salvamento.

O mau tempo está a dificultar as operações de resgate e torna ainda mais difícil a situação de alguns dos sobreviventes, que sofrem com o frio e têm de recorrer a lareiras improvisadas.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) alertou que 23 milhões de pessoas estão "potencialmente expostas, incluindo cerca de cinco milhões de pessoas vulneráveis", depois de já ter referido que teme "balanços oito vezes maiores que os números iniciais".

O sismo causou também o desabamento de um total de 5.775 edifícios, segundo as autoridades.

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