Arábia Saudita abre espaço aéreo a todas as companhias aéreas. Israel e EUA aplaudem
Segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca, o presidente americano "recebe com satisfação e elogia a decisão histórica".
A Arábia Saudita anunciou esta sexta-feira a suspensão das restrições para que "todas as companhias aéreas" usem o seu espaço aéreo, num aparente gesto de abertura a Israel antes da visita do presidente americano, Joe Biden.
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A autoridade de aviação civil "anuncia a decisão de abrir o espaço aéreo do reino a todas as companhias aéreas que cumprirem os requisitos da autoridade para sobrevoar", informou a entidade num comunicado divulgado pelo Twitter.
Segundo um comunicado divulgado pela Casa Branca, o presidente americano "recebe com satisfação e elogia a decisão histórica".
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"Esta decisão é o resultado da diplomacia contínua e de princípios do presidente com a Arábia Saudita ao longo de muitos meses, que culminaram com a sua visita hoje", declarou no comunicado o conselheiro de Segurança Nacional americano, Jake Sullivan.
Também Israel saudou a decisão da Arábia Saudita, que considera uma medida que "fortalece" as relações entre o Estado judeu e países do Médio Oriente.
"Agora é oficial. Os voos israelitas serão permitidos no espaço aéreo da Arábia Saudita (...), o que ajudará a fortalecer as relações entre Israel e outros países do Médio Oriente", disse ministro dos transportes de Israel, Merav Michaeli, num comunicado.
O primeiro-ministro israelita, Yair Lapid, agradeceu "à liderança saudita por abrir o seu espaço aéreo".
"Este é apenas um primeiro passo. Continuaremos a trabalhar, com a cautela necessária, pela economia, segurança e para o bem dos cidadãos de Israel", acrescentou Lapid.
O primeiro-ministro israelita também agradeceu ao Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por "longas, intensas e secretas negociações diplomáticas entre a Arábia Saudita e os Estados Unidos" para chegar a este anúncio.
A Arábia Saudita tem sido o centro das atenções da visita de Biden, apesar de o chefe de Estado ter dito que trataria o reino do Golfo como um "pária" pelo assassinato, em 2018, do jornalista saudita Jamal Khashoggi.
Biden tem previsto viajar diretamente de Israel à Arábia Saudita. Será a primeira vez que um presidente americano voará do Estado judaico a um país árabe que não o reconhece.
O seu antecessor, Donald Trump, fez este trajeto no sentido inverso em 2017.
Riade tem dito que manteria a postura tradicional da Liga Árabe de não estabelecer relações oficiais com Israel, enquanto não se resolver o conflito com os palestinos.
No entanto, o reino não se opôs a que seus aliados, os Emirados Árabes Unidos (EAU), estabelecessem relações diplomáticas com Israel em 2020, seguidos do Bahrein e de Marrocos sob os Acordos de Abraão, auspiciados por Washington.
Pouco depois destes acordos, a Arábia Saudita permitiu que um avião israelita sobrevoasse seu território a caminho de Abu Dhabi e anunciou que permitiria a passagem de aviões de "todos os países" que se dirigirem aos EAU.
O anúncio de sexta-feira suspende as restrições para voos com origem e destino em Israel e para aviões israelitas.
Segundo a autoridade de aviação civil, a decisão foi tomada "para complementar os esforços do reino por consolidar sua posição como um centro mundial que conecta três continentes".