Palácio em Roma com o único mural conhecido de Caravaggio foi a leilão mas não teve ofertas
O palácio com o único mural conhecido de Caravaggio foi a leilão esta terça-feira, por ordem judicial, com um preço base de 353 milhões de euros, embora os especialistas considerem que esta propriedade em Roma tem um valor "incalculável".
Porém, o leilão da Villa de Aurora, que tem despertado a atenção do mercado nacional e internacional, terminou sem que qualquer oferta fosse feita.
Residência histórica da família Ludovisi, berço de cardeais e até de dois papas ao longo da história, um juiz determinou o seu leilão porque os herdeiros do último proprietário, Nicolò Boncompagni Ludovisi, que morreu em 2018, foram incapazes de o mantê-lo e têm de saldar uma dívida fiscal.
O palácio, com seis andares e rodeado por um grande jardim, é considerado um tesouro porque no teto de uma das suas salas está o único mural conhecido do conceituado pintor italiano Michelangelo Merisi Caravaggio (1571-1610), a representação dos deuses Júpiter, Neptuno e Plutão.
Além desta famosa pintura, o edifício tem também inúmeras peças de arte, como a alegoria da Aurora, obra de Guercino, expoente do barroco romano, além de outras pinturas como de Dominichino , Paul Bril ou Giambattista Viola.
Atualmente mora no palácio a atriz norte-americana Rita Jenrette, viúva do aristocrata Nicolò Boncompagni Ludovisi.
Um juiz fixou o preço inicial em 353 milhões de euros, embora um especialista o tenha elevado para 471 milhões de euros, enquanto historiadores referem que o valor é "incalculável".
Nos dias anteriores ao leião, foi lançada uma campanha para que o Estado italiano assuma este palácio, devido ao alto valor histórico e cultural.
Segundo a legislação, o Estado apenas pode exercer o direito de preferência no prazo de 60 dias após a aquisição do imóvel por um particular e por um valor superior.
Até ao momento o Governo italiano ainda não admitiu esta hipótese, em parte porque não quis interferir com o leilão, embora fontes do Ministério da Cultura realcem que o valor inicial equivale a um quinto do orçamento anual desta pasta.
Há quinze anos, o fundador da Microsoft, Bill Gates, ofereceu cerca de 200 milhões de euros para a sua aquisição, revelou à agência EFE uma das herdeira.