Há alguns anos, a NATO debatia a mudança de foco para o hemisfério sul, e costa mediterrânica, já que a relação a Leste estava relativamente suavizada. Já não é assim. O que espera do debate sobre Moscovo e os seus aliados?
A Aliança Atlântica tem que considerar tudo o que se passou desde 2014. Desde que a Crimeia foi anexada. Houve um ressurgimento da tensão a leste que, neste momento se reflete na forma como a Aliança encara as suas ameaças. A Aliança existe para dissuadir e para se defender. Dissuasão implica uma componente real. O objetivo é nunca ter que se defender. Dissuadir e dialogar, e ser capaz de se defender. A Aliança não foi concebida contra nenhuma ameaça em particular. Uma ameaça pode-o ser num determinado momento. Se deixar de ser ameaça sai da agenda da aliança. O que nós gostaríamos era que de facto a Rússia pudesse deixar de ser uma ameaça. Seria esse o objetivo e todos gostaríamos muito que isso pudesse ser posto de parte da agenda da Aliança Atlântica. Mas, o que é facto é que hoje ainda não estamos lá. E, há determinadas ações que são desenvolvidas nomeadamente na zona a leste: conflitos congelados e que têm a ver com a Geórgia, Ucrânia, com a sensação de ameaça que alguns aliados têm relativamente à Rússia, faz com que esse tema continue em cima da mesa.