Alemanha faz o que "é necessário" mas quer "evitar" escalada do conflito, diz Scholz

Olaf Scholz confirmou que a Alemanha vai enviar 14 tanques Leopard 2 A6 das reservas do exército federal e treinar soldados ucranianos para usarem estes veículos, além de autorizar o envio destes carros de combate detidos por exércitos de países aliados.

A Alemanha está a fazer o que "é necessário" para apoiar a Ucrânia ao autorizar o envio de tanques Leopard para Kiev, mas quer evitar uma guerra entre a Rússia e a NATO, disse esta quarta-feira o chanceler alemão.

"Estamos a fazer o que é necessário e possível para apoiar a Ucrânia, mas ao mesmo tempo queremos a evitar uma escalada do conflito rumo a uma guerra entre a Rússia e a NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]", afirmou Olaf Scholz no parlamento, depois de anunciar a autorização para envio de carros de combate de fabrico alemão para Kiev.

Confirmando que a Alemanha vai enviar 14 tanques 'Leopard 2 A6' das reservas do exército federal e treinar soldados ucranianos para usarem estes veículos, além de autorizar o envio de outros 'Leopard 2' detidos por exércitos de países aliados, o chanceler alemão referiu aos deputados que discutiu a decisão com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelenski.

"A Alemanha responderá sempre quando se tratar de apoiar a Ucrânia", garantiu Scholz, antes da sessão plenária parlamentar, sublinhando que o fornecimento dos carros de combate será feito "em coordenação com os aliados" e no âmbito de uma resposta à "agressão imperialista" da Rússia.

"A nossa decisão implica enviar uma primeira companhia de tanques do nosso exército, que correspondem à versão moderna dos 'Leopard'", explicou.

O chanceler reconheceu que "não há certeza matemática" de que a decisão de enviar os tanques para a Ucrânia tenha o resultado desejado, mas considerou ser uma "opção adequada", sobretudo por ser um plano "em coordenação com os Estados Unidos e a França".

Scholz envia mensagem de calma à população alemã. "Confiem em mim e no Governo"

Scholz adiantou que o Governo chegou à decisão após "intensas negociações" com os aliados, já que o envio dos tanques não é algo que a Alemanha possa "fazer sozinha", e aproveitou para enviar uma mensagem de calma à população alemã sobre as consequências que pode tem para a segurança do país.

"Confiem em mim e no Governo", pediu, insistindo, no discurso perante o parlamento federal (Bundestag) que a decisão não foi tomada por pressão dos acontecimentos ou de parceiros.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu a Olaf Scholz, o facto de Berlim ter dado luz verde ao envio de carros blindados Leopard 2, considerando-a uma decisão "importante e oportuna".

Após uma conversa telefónica com o chanceler alemão, Zelensky sublinhou que a mudança na posição alemã sobre esta matéria também inclui "a luz verde para outros aliados fornecerem armas semelhantes", já que países como a Polónia precisavam do aval da Alemanha para enviar os Leopard em sua posse.

O chefe da diplomacia ucraniana, Dimitro Kuleba, reconheceu como estando já formada uma "coligação de tanques", referindo-se aos diversos países que mostraram disponibilidade para enviar os carros blindados de fabrico alemão.

"Todos aqueles que duvidaram que isso aconteceria, vejam agora: para a Ucrânia e para os seus aliados nada é impossível", disse Kuleba.

O chefe da diplomacia ucraniana pediu a outros países que "se juntem a esta coligação e entreguem o maior número possível" de Leopard 2.

"O primeiro passo foi dado. A Ucrânia precisa de muitos Leopard", disse, anteriormente, Andrej Zermak, chefe do gabinete do presidente ucraniano, na rede social Telegram, citado pela agência espanhola EFE.

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