O candidato independente Fernando Dias da Costa, apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e pelo Partido da Renovação Social (PRS), proclamou-se esta segunda-feira (24 de novembro) vencedor das presidenciais de domingo na Guiné-Bissau, dizendo até que nem haverá uma segunda volta. Também a campanha do presidente Umaro Sissoco Embaló, que procura um segundo mandato, se mostrou confiante, dizendo igualmente que “não haverá segunda volta” mas ficando aquém de proclamar a vitória como o principal adversário. A Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou que os resultados provisórios das eleições gerais devem ser conhecidos até quinta-feira (27 de novembro). Nas presidenciais, havia 12 candidatos no boletim de voto e é preciso 50% para garantir que não há segunda volta. Nas legislativas para eleger os 102 deputados à Assembleia Nacional Popular (que foi dissolvida por Embaló ainda em 2023), a oposição esteve quase ausente. .Guiné-Bissau. Umaro Sissoco Embaló tenta reeleição após mandato polémico.O PAIGC foi um dos que foi impedido de concorrer pelo Supremo Tribunal de Justiça, que também excluiu o líder do histórico partido das presidenciais. Domingos Simões Pereira, que perdeu na segunda volta em 2020, era considerado o maior rival de Embaló e, após a decisão da justiça, resolveu apoiar a candidatura de Dias da Costa. “Já temos os nossos dados apurados e sabemos qual é o resultado que temos. Esta eleição foi ganha à primeira volta. Já está, já está. Só estamos à espera da entidade competente [CNE] confirmar, para colocarmos o povo na rua a manifestar”, disse o candidato independente em declarações aos jornalistas em Bissau, citadas pela emissora alemã Deutsche Welle (DW). Mas do lado da campanha de Embaló, o conselheiro Oscar Barbosa pediu ao adversário do presidente que se abstenha de proclamar vitória e festejar antes da divulgação dos resultados. E reiterou que as eleições “correram muito bem” ao presidente. “Nas legislativas, já sabíamos que não teríamos problemas. Como se sabe, não houve quase participação dos partidos. Mas nas presidenciais, só posso adiantar que não haverá segunda volta”, disse em nome da diretoria de campanha de Embaló, segundo a DW.Depois de reivindicar a vitória, Dias da Costa denunciou estarem em curso alegadas “manobras para adulterar os resultados” das eleições. Segundo a agência Lusa, o candidato afirmou estar na posse de informações que indicam uma alegada ordem que proíbe que delegados do Ministério Público assistam ao ato de apuramento dos resultados eleitorais nas Comissões Regionais de Eleições (CRE). “Não podemos aceitar isso, mas, seja como for, temos as nossas atas sínteses”, referiu, aludindo aos documentos das mesas de votação.