Exposição do Mais Liberdade quer ser "antídoto para derivas extremistas"
Dois anos após ter tido a exposição “Memória - Totalitarismo na Europa” rejeitada pela Assembleia da República, com os partidos de esquerda então maioritários a obstarem a junção de regimes nazis, fascistas e comunistas europeus, o Instituto Mais Liberdade tem a partir desta segunda-feira patente no Palácio de São Bento “25N - A História que não te Contaram”, composta por 16 painéis que relatam momentos do Processo Revolucionário em Curso (PREC).
A exposição só seria autorizada com a aprovação de todos os partidos, mas necessitou apenas do voto favorável dos representantes do PSD, PS (nesse caso, o vice-presidente do grupo parlamentar, Pedro Delgado Alves) e Chega, face à ausência dos restantes e à auto-exclusão do deputado da Iniciativa Liberal, Carlos Guimarães Pinto, que além de ser diretor não executivo do Mais Liberdade também foi o seu fundador.
Ao DN, o diretor executivo do Instituto Mais Liberdade, André Pinção Lucas, realça a importância de as comemorações do 25 de Novembro de 1975 ficarem associadas à exposição, inaugurada em 2022, na Alameda, em Lisboa, passando desde então por 250 escolas. E, apesar do “esforço de ser o mais rigoroso possível”, admite: “Não estou à espera de que os comunistas gostem.”
Entre os painéis destaca-se aquele que é dedicado à entrevista que Álvaro Cunhal, líder histórico do PCP, concedeu à jornalista italiana Oriana Fallaci, em que o comunista terá assumido que em Portugal nunca haveria uma democracia "como as que se conhecem na Europa Ocidental". E outros "abordam os principais momentos deste período conturbado da nossa História", como a formação dos partidos depois do 25 de Abril de 1974, a reforma agrária, as nacionalizações, a violência durante o Verão Quente e o 25 de Novembro de 1975. Com vários QR Codes a dar ligação a vídeos da época, tornando a exposição mais interativa.
André Pinção Lucas estabelece como objetivo que "este conhecimento histórico sirva de antídoto para quaisquer derivas extremistas, de esquerda ou de direita, que ameacem as nossas liberdades e os valores pelos quais tantos portugueses lutarem durante o Estado Novo".