O Sport Lisboa e Benfica está em conversações com o Fortitude Capital e outro investidor internacional para financiar o projeto de 220 milhões de euros, o Benfica District, que o clube apresentou nesta terça-feira, 22 de julho, apurou o DN. O Fortitude Capital, fundo de investimento liderado pelo banqueiro português António Esteves (ex-Goldman Sachs), encara este projeto como tendo grande potencial, devido à localização e à natureza multifacetada do projeto, com componentes imobiliária, hoteleira, comercial e desportiva. Fontes contactadas pelo DN explicaram que o modelo de parceria ainda está a ser negociado, mas que o modelo assentará sempre numa partilha de risco e retorno entre as duas partes. O clube da Luz tinha dito, num documento explicativo enviado ao DN, que já se tinha reunido com “dois financiadores internacionais, tendo confirmado que existem condições de financiamento total do projeto”.Outras fontes contactadas pelo DN indicaram que o segundo investidor internacional - além do Fortitude - poderá ser o fundo de investimento norte-americano Apollo, que já tinha feito uma operação de financiamento ao Sporting Clube de Portugal. O acordo inicial envolveu um empréstimo que chegou aos 135 milhões de euros, com o objetivo de resolver problemas de tesouraria e permitir a reestruturação financeira do clube, com o Sporting a ceder receitas futuras de direitos televisivos como garantia. Com o financiamento da Apollo, o Sporting recomprou as VMOC (Valores Mobiliários Obrigatoriamente Convertíveis) da sua SAD, obtendo um perdão de cerca de 100 milhões de euros em dívida à banca.Voltando ao Benfica District, o clube explicou que “até esta fase investiu em projetos, arquitetura e planeamento” e que este custo “está reconhecido nas contas do clube”..Modernização do Estádio da Luz e áreas adjacentes vai custar mais de 200 milhões.“A partir deste momento o projeto realizar-se-á com base num Project Finance”, explicou ainda. Um Project Finance é uma forma de financiamento frequentemente associado a infraestrutura de longo prazo ou projetos industriais, no qual a dívida ou equity usada para financiar o projeto é paga apenas com as receitas geradas pelo próprio projeto.E se a estrutura do empréstimo assenta principalmente no fluxo de receitas, os ativos do projeto e direitos associados servem como colateral.Sobre receitas, o Benfica indica que as simulações e projeções feitas “sugerem que o pode libertar fluxos de caixa positivos a partir do primeiro ano da operação”, que se espera ser em 2030..Valores concretos? O clube espera obter 37 milhões de euros por ano em receita bruta (24 milhões de euros de margem de contribuição anual), “através de uma valorização significativa dos ativos do clube e novas fontes de receita a médio e longo prazo, através de exploração comercial, arrendamento e direitos publicitários, entre outros”.O Benfica garante também que, apesar do esforço realizado com o Benfica District, “a capacidade de investimento na componente desportiva não só não será afetada como será reforçada a medio prazo”.O projeto “Benfica District”, que foi apresentado esta terça-feira (22 julho) pelo presidente do clube, Rui Costa, envolve uma renovação e ampliação da capacidade do Estádio da Luz, a construção de um pavilhão multiusos com capacidade para 10.000 pessoas mais dois pavilhões desportivos (de 2.500 e de 1.500 pessoas), uma piscina comunitária, áreas residenciais, comerciais e acessos pedonais..Benfica vai mesmo vender nome do Estádio.O Benfica vai mesmo avançar com a venda dos naming rights do Estádio da Luz. “Trata-se de um processo anterior a este e que agora sairá valorizado com o Benfica District”, indicou o clube. De acordo com o Record, em abril, o Benfica está em negociações avançadas com a seguradora alemã Allianz e perto de chegar a acordo para mudar o nome do estádio já a partir da próxima temporada. A Allianz já dá o nome aos estádios do Bayern Munique, Nice (próximo adversário do Benfica na Champions), Juventus, Rapid Viena, Palmeiras, Sydney FC e Minnesota FC. Em março, o administrador financeiro da SAD Nuno Catarino indicou ao jornal A Bola que em causa poderia estar “um contrato de cinco a dez anos”. “Temos falado com marcas internacionais e para o tipo de valor de que estamos a falar não estamos muito confiantes de que se consiga arranjar em Portugal”. Nuno Catarino também referiu que “o plano de desenvolvimento do estádio” iria “ajudar a pôr o produto a valer mais”.