Ficava melhor uma coisa diferente no currículo", admite Raquel Sousa, 23 anos. Fala com a lembrança viva, em mente, de inúmeros part-times em hipermercados e cadeias de restauração pelos quais já passou. Este é diferente. Ao final de três anos a residir num dos apartamentos de autonomização da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa - mudança motivada pela ida do pai para o Brasil e pelas escassas condições socioeconómicas da mãe - Raquel habilitou-se ao grupo de jovens que a instituição pretende formar e remunerar para realizarem os seus inquéritos e estudos de mercado. Um serviço prestado, até então, apenas por empresas externas. Chama-se Bolsa de Entrevistadores, arrancou neste ano e quer servir de trampolim para o mercado de trabalho.