O bloco dos conservadores alemães, do favorito à vitória Friedrich Merz, está em queda nas sondagens. A CDU e os aliados bávaros da CSU perderam dois pontos percentuais numa semana, surgindo com apenas 27% das intenções de voto na última sondagem YouGov - o valor mais baixo desde agosto de 2023. Pelo contrário, a esquerda do Die Linke tem o melhor resultado, chegando aos 9%, principalmente graças aos eleitores mais jovens. Um dos colíderes do partido, Jan van Aken, disse à emissora Deutsche Welle que a mensagem do Die Linke - “tirar dinheiro aos ricos e dá-lo aos pobres e necessitados” - está a ter repercussão entre os jovens. E que 18 mil pessoas aderiram ao partido desde o início da campanha para as eleições do próximo domingo. “E todos são jovens que são ativos, que estão agora a fazer campanha. Não importa para onde vá na Alemanha, há uma energia palpável. Não sentia isso no partido há dez anos. E isso agora também se reflete nas sondagens”, explicou.O YouGov lembra as dificuldades que o Die Linke tem tido nos últimos anos, com os conflitos internos que culminaram na saída da deputada Sahra Wagenknecht (que formou o novo partido BSW e está nas sondagens com 5% das intenções de voto) e a perda do estatuto de grupo parlamentar no Bundestag. As sondagens apontavam para a saída do partido do Parlamento alemão, mas essa tendência parece ter sido contrariada - apesar de os seus eleitores serem dos mais indecisos (29% ainda estão divididos entre o Die Linke e outro partido, segundo a YouGov). Os ganhos foram feitos nos eleitores jovens, entre 18 e 29 anos - 20% dos eleitores neste grupo querem votar no partido, à frente dos Verdes (18%) e da extrema-direita da Alternativa para a Alemanha (AfD). O partido de Alice Weidel continua em segundo lugar nas sondagens, apesar de ter caído um ponto para os 20% na última semana. Já os sociais-democratas do chanceler alemão, Olaf Scholz, ganharam um ponto, estando em terceiro com 17%. Os Verdes, cujo candidato é Robert Habeck (atual vice-chanceler e ministro da Economia), mantêm-se nos 12%, enquanto os liberais do FDP continuam nos 4% (abaixo do mínimo de 5% para entrar no Bundestag).