Onde param os turistas? Lisboa está deserta a poucas horas da passagem de ano

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Longe vão os dias em que os locais históricos de Lisboa estavam apinhados de turistas. Os autocarros panorâmicos, que eram uma constante, ou as filas para entrar no Mosteiro dos Jerónimos, na Torre de Belém, no Castelo de São Jorge e até na Sé não existem. Há um enorme vazio, a cidade está despida e são poucas as pessoas a quem se possa pedir o favor de tirar uma fotografia enquadrada com a paisagem.

O cenário é tão desolador que nem parece faltarem poucas horas para a passagem de ano, um evento que tornou Lisboa num dos destinos turísticos de eleição. A pandemia de covid-19 veio destruir tudo aquilo que foi construído ao longo dos anos, os hotéis estão vazios, tal como os restaurantes. Alguns fecharam as portas, muitos de forma temporária até que a campanha de vacinação faça que a normalidade regresse, mas outros de forma definitiva face às enormes dificuldades económicas que atravessam.

Há um ano, Lisboa estava apinhada de gente. Não havia recanto onde não se ouvisse falar espanhol, inglês, francês, italiano ou mandarim.

Aproveitavam a beleza dos locais históricos, a gastronomia e contemplavam o rio Tejo, à espera do fogo-de-artifício e da animação da mudança de ano. Uma miragem nos tempos que correm. Desta vez, os poucos turistas que se aventuraram em Lisboa não vão poder estar na rua a partir das 23.00 horas, pois as medidas de contenção ditadas pela pandemia obrigam ao recolher obrigatório. Estão proibidos os ajuntamentos na via pública, bem como qualquer tipo de festa. É assim a nova normalidade na capital, mas também por todo o país e, até, por todo o mundo.

Para se ter uma noção do dramatismo da situação, basta dizer que, de acordo com os últimos dados fornecidos pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a atividade turística em Portugal no mês de novembro registou uma quebra de 76% de hóspedes e uma descida de quase 77% nas dormidas, totalizando 15 700 e 950 500, respetivamente. O problema é mais acentuado no que diz respeito aos dados relativos aos hóspedes não residentes no país, pois regista-se um decréscimo de 62,3%, situando-se nos 122,6 mil.

O INE destaca ainda que, em novembro, 46,4% dos estabelecimentos de alojamento turístico terão estado encerrados ou não registaram movimento de hóspedes, uma subida significativa em relação a outubro (32,1%).

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