Exclusivo Brexit. As três guerras de Boris Johnson
Com Bruxelas, na Câmara dos Comuns ou no interior do seu próprio Partido Conservador, tudo se resume ao mesmo conflito: a retirada do Reino Unido da União Europeia. Com ou sem acordo.
O ministro da Defesa, Ben Wallace, foi apanhado por uma câmara da BBC a explicar o expediente de Boris Johnson em suspender as atividades parlamentares por um período mais longo do que é habitual. "O Parlamento tem sido muito bom em expressar o que não quer mas tem sido péssimo em expressar o que quer. Esta é a realidade", disse à homóloga francesa, Florence Parly, e entre risos admitiu não fazer ideia sobre o que irá acontecer. Depois justificou a medida: "De repente encontrámo-nos sem maioria e em coligação, o que não é fácil para o nosso sistema."
Na véspera, quarta-feira, a rainha acedeu ao pedido do primeiro-ministro em suspender as atividades do Parlamento entre 10 de setembro e 14 de outubro - e o escândalo rebentou, porque os deputados ficam com a agenda apertada para conseguir evitar a saída desordenada do Reino Unido da União Europeia. Chegado ao cargo de primeiro-ministro na sequência do voto de 92 153 militantes conservadores para a liderança do seu partido, Boris Johnson tem como cavalo de batalha o Brexit - um pouco à imagem do americano Donald Trump e a construção do muro com o México.