Quando se contabilizaram 336 votos favoráveis à impugnação, os deputados, cuja votação nominal foi seguida em direto pela televisão, ergueram-se e cantaram o hino nacional. Era a primeira vez na história do Brasil que um presidente em funções era impugnado - logo o primeiro presidente a ser eleito democraticamente após o período da ditadura militar..Esta votação, para iniciar o processo de impugnação de Collor de Melo, ocorreu a 29 de setembro, tendo dois terços da Câmara dos Deputados decidido a favor. No dia seguinte, iniciava-se a suspensão de funções do presidente, sobre o qual recaíam suspeitas do crime de corrupção passiva..Seguir-se-ia a votação no Senado, que decidiria, no prazo de 180 dias, pela destituição ou não..Itamar Franco, o vice-presidente, ascenderia à presidência, tendo 48 horas para formar um novo governo..Collor de Melo, que tinha sido eleito com 40 anos, renunciou à presidência a 29 de dezembro, horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade e ver os seus direitos políticos suspensos, ou seja, impossibilidade de ser eleito ou ocupar cargos públicos, por oito anos..Foi denunciado pelo irmão Pedro, que em entrevista à revista Veja, em maio de 1992, revelou um esquema de corrupção que envolvia o ex-tesoureiro da campanha de Collor, Paulo César Farias. A 1 de julho, o motorista da secretária do presidente dava também uma entrevista à revista Isto É na qual revelava que pagava as contas pessoais de Collor com dinheiro de uma conta de Paulo César Farias..Em 1994, o Supremo Tribunal Federal arquivou o processo contra Collor e César Farias. Este viria a ser encontrado morto, com a namorada, a 23 de junho de 1996..Collor de Melo voltaria à política, conseguindo ser eleito senador por Alagoas em 2006 e em 2014. Em 2016, votou a favor do processo de impugnação de Dilma Rousseff.