Na semana passada estive no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz para participar num encontro de escritores figueirenses organizado pela Câmara Municipal. Durante duas horas conversei com Afonso Cruz, Gonçalo Cadilhe, Maria Manuel Viana e António Tavares sobre a cidade, os nossos livros e a relação entre eles..O mar veio à baila muitas vezes, assim como o antigo Festival de Cinema e o contacto privilegiado que este nos permitiu ter com cinema de todo o mundo. Também se falou no facto de a Figueira antiga ser uma cidade bipolar, que no verão vivia a euforia do turismo e em setembro se esvaziava de gente. No meu caso foi essa depressão outonal que me tornou leitor assíduo, quando a televisão tinha apenas dois canais e a internet e os telemóveis ainda não existiam, sobrava tempo a um miúdo a quem as ideias ferviam. Foi a biblioteca municipal que me salvou do tédio e, talvez, da delinquência. Os livros davam-me o que faltava, assim foi e assim vai sendo..Não sei que tempo sobrará aos miúdos de agora, entre jogos, vídeos e mensagens, terão vagar para o tédio? Sentirão algum vazio que poderão preencher com palavras e ideias? Espero que sim, que a abundância não mate o desejo..Escritor
Na semana passada estive no Centro de Artes e Espetáculos da Figueira da Foz para participar num encontro de escritores figueirenses organizado pela Câmara Municipal. Durante duas horas conversei com Afonso Cruz, Gonçalo Cadilhe, Maria Manuel Viana e António Tavares sobre a cidade, os nossos livros e a relação entre eles..O mar veio à baila muitas vezes, assim como o antigo Festival de Cinema e o contacto privilegiado que este nos permitiu ter com cinema de todo o mundo. Também se falou no facto de a Figueira antiga ser uma cidade bipolar, que no verão vivia a euforia do turismo e em setembro se esvaziava de gente. No meu caso foi essa depressão outonal que me tornou leitor assíduo, quando a televisão tinha apenas dois canais e a internet e os telemóveis ainda não existiam, sobrava tempo a um miúdo a quem as ideias ferviam. Foi a biblioteca municipal que me salvou do tédio e, talvez, da delinquência. Os livros davam-me o que faltava, assim foi e assim vai sendo..Não sei que tempo sobrará aos miúdos de agora, entre jogos, vídeos e mensagens, terão vagar para o tédio? Sentirão algum vazio que poderão preencher com palavras e ideias? Espero que sim, que a abundância não mate o desejo..Escritor