Não há dia em que não o ouça, muitas vezes são duas senhoras que se encontram, por vezes dois senhores..- Então, dona Aida (ou São, ou Elsa, ou senhor António), como vai andando?.- Olhe, cá vou, devagarinho....Eu sei que o advérbio vai muito para além das pernas, tenho idade para desconfiar do óbvio. Recordo-me de fazer a mesma pergunta ao meu avô nos últimos tempos de vida e de ficar intrigado com a resposta: "Olha, cá vou encolhendo os dias.".A velhice é cheia de contradições, as horas são cada vez mais lentas e os dias cada vez mais curtos. Vem-me à memória o paradoxo de Zenão e a metade da metade do caminho. Afinal, ninguém quer chegar à meta e só nos resta enganar o tempo, devagar, devagarinho.
Não há dia em que não o ouça, muitas vezes são duas senhoras que se encontram, por vezes dois senhores..- Então, dona Aida (ou São, ou Elsa, ou senhor António), como vai andando?.- Olhe, cá vou, devagarinho....Eu sei que o advérbio vai muito para além das pernas, tenho idade para desconfiar do óbvio. Recordo-me de fazer a mesma pergunta ao meu avô nos últimos tempos de vida e de ficar intrigado com a resposta: "Olha, cá vou encolhendo os dias.".A velhice é cheia de contradições, as horas são cada vez mais lentas e os dias cada vez mais curtos. Vem-me à memória o paradoxo de Zenão e a metade da metade do caminho. Afinal, ninguém quer chegar à meta e só nos resta enganar o tempo, devagar, devagarinho.