Lisboa foi palco, nos últimos dias, de duas grandes conferências. Uma sobre as alterações climáticas e os novos modelos económicos, organizada no âmbito da presidência portuguesa da União Europeia, e, antes, uma outra sobre o futuro dos oceanos, organizada pelo Clube de Lisboa. Em ambas participei como moderadora convidada - acreditando que também assim se faz serviço público e é possível dar um contributo para o debate de matérias tão importantes para o futuro da humanidade - e, nas conclusões, sobressaiu uma mensagem comum e clara: é preciso menos romantismo e mais realismo. Os desafios do clima devem inquietar-nos a todos e todos os dias. Em cada ato podemos estar a ajudar ou a prejudicar o ambiente. Em decisões tão simples quando reciclar o lixo, usar fontes de energia renovável ou, simplesmente, comprar uma peça de roupa em fibra natural e reutilizável. O realismo é igualmente determinante na definição e na aplicação das políticas públicas e na relação do país e da Europa com outros mercados comerciais, que fazem orelhas moucas aos gritos do planeta..Na economia também se ouvem gritos e suspiros de desânimo. A terceira vaga da pandemia e o segundo confinamento, que ainda vivemos, exauriram o rendimento e as poupanças de muitas famílias e empresas..O realismo é também a arma para enfrentar os próximos meses de profunda crise..Nesta edição, podemos dizer que há boas notícias para trabalhadores e para empresas. Em primeira mão e pela voz do ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, ficamos a saber que vêm aí mais apoios para o setor privado. Pedro Siza Vieira afiança, em entrevista ao Diário de Notícias e à TSF, que na próxima semana ficaremos a conhecer todos os detalhes do reforço do programa Apoiar.pt (cujos montantes já tinham sido esgotados e as candidaturas estavam fechadas), mas também como as empresas que tiveram de suportar custos com o aumento do salário mínimo poderão contar com um ajuda de cerca de 80% dos encargos com a TSU, auxílio que irá avançar também em março. As empresas têm muitas feridas abertas e outra delas prende-se com a falta de capital, assunto que não está esquecido na estratégia de reforço dos apoios para enfrentar a pandemia...Desenhar e construir planos para o futuro é puro alimento para a esperança. Também os media vivem esse desafio constante: o da reinvenção. É o que está a fazer a TSF, a rádio que pertence ao Global Media Group (o mesmo grupo do DN). Completa 33 anos, vai apresentar novidades já amanhã e está de parabéns!